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quinta-feira, 30 de junho de 2011

Bullying um problema a ser enfrentado

"Bullying é crueldade deliberadamente voltada aos outros, com intenção de ganhar poder ao infligir sofrimento psicológico e ou físico. O bullying envolve atos, palavras ou comportamentos prejudiciais, intencionais e repetidos". 

As escolas e as famílias precisam estar atentas a alguns comportamentos presentes no bullying como: humilhar, espalhar boatos nocivos, ofender, expor ao ridículo em público, acusar, isolar, dar socos, tapas, chutes, agredir físico e verbalmente. Fazer ofensa de ordem sexual, étnica e de gênero. 

Os bullies dependem do medo, da impotência da pessoa para consumar com seu comportamento. São estimulados pelo desamparo e a raiva da pessoa que é vítima. 

Os indivíduos que são alvos do bullying costumam sentir vulnerabilidade, medo ou vergonha em demasiado, sua auto - estima fica cada vez mais baixo o que favorece aumentar o processo de bullying. 

O processo sistemático e continuo de bullying, leva as pessoas a se sentir vulneráveis, com medo e vergonha intenso, ficam deprimidas e sem forças para lutar, podem levar a idéias suicidas. 

Outra conduta também esperada da pessoa que sofre bullying de modo seguido é reagir, ficar agressivo e se transformar em um outro bullying, reagindo e impedindo que o medo o faça tomar uma atitude. Pois os bullying dependem do medo, do silêncio, da impotência da pessoa de tomar uma atitude contra tamanha crueldade. 

Os bullying escolhem aspectos nas pessoas para ridicularizá-lo como: ser muito gorda, magra demais, usar óculos, andar de cadeira de rodas, ter alguma deficiência ou síndrome, ter religião diferente da maioria, orientação e preferência sexual diferente, origem ética, discriminar a cor, a condição sócio-econômica, ser quieto independente ou simpático. 


São sugeridos alguns aspectos a serem desenvolvidos para prevenir o bullying

- intensificar o amor próprio;
- romper com propósitos negativos aos quais se achava vinculados;
- buscar apoio de outros, fortalecer seus sentimentos positivos, não pegar para si mesmo maus comportamentos de bullying;
- ficar atento às práticas estilos e táticas dos bullying como sinais de risco a serem evitados;
- desenvolver, aprender habilidade e estratégias para enfrentar o bullying e
- o humor a ironia são ferramentas importantes para enfrentar o problema.
Fortalecer e enfrentar as suas limitações, se você é magro demais ou gordo demais é um aspecto a ser enfrentado, mas veja suas qualidades: ser alegre, inteligente, amigo, responsável entre outros. Procure reconhecer os seus direitos humanos básicos:
- o direito de ser amado e estimado, ser ouvido e tratado com respeito e
- ter suas próprias opiniões e ponto de vista, mesmo sendo diferente da maioria. 

O direito de ter apoios emocionais, de levar uma vida livre de ameaças físicas e emocionais, de ter uma vida livre de julgamentos e acusações. 

Ter o direito de ser reconhecido e aceito os seus pensamentos e sentimentos com reais e pertencente a você e a mais ninguém. 

Outro direito é para pedir e não ordenar que você execute tarefas. 


Algumas estratégias para enfrentar o bullying:
 
1- Olhar bem nos olhos do agressor, não se intimidar, evitando o olhar, por medo ou intimidação;
2- Ter uma postura corporal firme, uma linguagem e gestos confiantes;
3- Resolver se irá enfrentar sozinho ou com o grupo família ou a escola;
4- Concentrar no comportamento que você quer eliminar;
5- Falar de forma simples e direta;
6- Evitar termos absolutos ataques ao caráter do bullying (termos como "você está errado" não adianta) e
7- Ser direto – falar, transmitir o recado direto à pessoa alvo. 

A escola e as famílias precisam estar atentas para esse problema que aparentemente é simples, mas que é muito mais complexo do que se pode imaginar. 

Nos estudos de Resiliência é enfatizada a importância de bons laços e vínculos de convivência. 

"Educar para a convivência é um pilar para a Resiliência". Maria Marta Hall
 
"A resiliência é mais que resistir, é também aprender a viver". Boris Cyrulnik
 
"Resiliência é a capacidade humana de enfrentar, superar, fortalecer-se e inclusive transformar a partir dos efeitos adversos".
Edith Grotberg
 
Considerando o bullying uma conduta de risco para a criança e o jovem, Grotberg sugere incentivar a conduta resiliente frente ao problema: 

Avaliar se o comportamento é perigoso, chamar a atenção da criança para o problema, oferecer ajuda em caso de problemas ou situação de risco, ser respeitoso ao sentimento da criança, decidir a regra que se aplica à situação, ensinar alternativas, permitir a criança expressar seus sentimentos, insistir na cooperação com a criança, incluir a criança na resolução do problema, aceitar desculpas, elogiar o esforço e o êxito, falar acerca dos sentimento do professor com relação ao comportamento inaceitável da criança, fixar um tempo de mudança.

Outro aspecto a ser enfatizado é a Empatia: capacidade de se colocar no lugar do outro, imaginar o que o outro está sentindo.
Se a criança é capaz de avaliar, de perceber o sofrimento que seu comportamento causa da colega, pode-se trabalhar essa conduta. Como a criança se sente recebendo a ofensa que acaba de fazer a colega.
O bullying é um problema que necessita de ser enfrentado pela escola, e a família, cuidando da pessoa que sofre o bullying como também das que o promovem, o agressor e o agredido.

Celiane Ferreira Secunho - Psicóloga
Fontes de consulta

- BULLYING estratégias de sobrevivência para crianças e adultos de Jane Middelton – Moz Mary Lee Zawadski, tradução Roberto Cataldo Costa
- La resiliência en el mundo de Hoy Edith Grotberg – 1999 





RESILIÊNCIA

 

Conceitos sobre Resiliência

 

O termo Resiliência foi usado nas ciências sociais para descrever fenômenos observados em pessoas que, após viver situações de adversidade, conseguem desenvolver recursos que possibilitam uma boa qualidade de adaptação social, e viver uma vida saudável, procurando focar sua energia na busca de condições que viabilizam um desenvolvimento sadio e positivo.

Nesta busca constante de uma vida adaptada, se da prioridade em estreitar laços de família e boas relações com amigos que são significativos. Enfrentar crises e buscar solucionar os problemas. Focar e correr atrás de seus objetivos, que devem ser realistas, possíveis de ser realizados. 

Aceitar as mudanças do ciclo da vida e fazer as adaptações necessárias para buscar uma vida mais plena. Procurar fazer coisas que traga satisfação com certa regularidade. Viver mais o presente, procurar descobrir mais sobre você mesmo. Focalizar suas qualidades, confiar mais em suas capacidades de resolver conflitos.
Procurar manter uma visão de otimismo, e de esperança. Ao se deparar com um problema tentar resolver-lo e não esperar que ele simplesmente desapareça. 

Se firmar em seus valores pessoais, fortalecer a espiritualidade e passar a apreciar mais a vida.
Ficar mais atento as suas próprias necessidades e aos seus sentimentos. Fazer exercícios com regularidade e apreciar uma alimentação sadia. Manter o corpo e a mente saudáveis ajuda a enfrentar situações de adversidade que buscam a Resiliência. 

"Resiliência é a resistência ao sofrimento e a capacidade de resistir as feridas e golpes da vida, assim como o impulso de reparação Psíquica que nasce desta resistência". 

A resiliência trata de compreender de que maneira um golpe pode ser assimilado. 

Trabalho escrito, baseado no tópico dos "Dez caminhos para desenvolver a Resiliência de Edith Hendergon Grotberg do livro: LA Resiliencia em el mundo de Hog, Como superar las adversidades".




quarta-feira, 29 de junho de 2011

Policiais Militares serão treinados amanhã para combater o bullying em escolas

 

Baseados na história de um livro, eles pretendem provocar uma mudança de conduta dos alunos

 

Policiais Militares serão treinados amanhã (30) para trabalharem com o programa "Tosco no Combate ao Bullying e Violência nas Escolas". O programa é baseado na obra "Tosco", um livro escrito pelo filósofo Gilberto Dari Mattje.  O treinamento começa às 07h30min, no auditório do Comando Geral da Polícia Militar, no Parque dos Poderes.


Além do autor do livro, o evento contará com a participação do comandante-geral e o diretor de ensino da PM, coronel Carlos Alberto David dos Santos e Coronel Luiz Altino do Nascimento, e ainda do Promotor Sérgio Harfouche.


Um dos objetivos do projeto é provocar uma mudança de comportamento nos alunos e alunas a partir da interação com a história do livro e sua autopercepção de conduta, além de envolver a comunidade escolar em um regime de bons exemplos.


 Após o treinamento, cada unidade da Polícia Militar envolvida, vai adotar uma escola para aplicar o projeto e poderá personalizar as ações de acordo com a realidade de cada região. Todos os alunos participantes do programa receberão gratuitamente um exemplar do livro.



Material de apoio


Para auxiliar os policiais no projeto, que envolve os alunos e a comunidade escolar, os profissionais também terão acesso ao Compreendendo Tosco, um caderno com orientações didáticas que oferece sugestões de atividades de interação e reflexão com os adolescentes.

(Com informações da Assessoria de Imprensa)


Fonte: 
http://www.correiodoestado.com.br/noticias/policiais-militares-serao-treinados-amanha-para-combater-o-b_116017/


 

Como evitar o assédio moral digital?

Para se prevenir contra processos que possam prejudicar a imagem da empresa, a melhor solução é adotar uma rigorosa conduta do uso de todos os recursos da rede

 


Conversar com funcionários em chats instantâneos, enviar feedbacks por e-mail e encontrar possíveis clientes nas redes sociais: não resta dúvida de que a internet é uma poderosa aliada para empresários e seus colaboradores. Segundo a última pesquisa do Centro de Estudos sobre Tecnologia da Informação e da Comunicação, 93% das empresas brasileiras usam a rede.Mas é preciso cuidado. O uso indiscriminado pode abrir espaço para abusos, como excesso de intimidade nas conversas, uso de palavras agressivas ou visitas a sites inadequados. Levadas às últimas consequências, essas atitudes podem fazer com que a empresa seja alvo de um processo por assédio moral digital. O conceito é novo: uma ação repetitiva e prolongada, dentro do ambiente eletrônico, capaz de expor a vítima a situações constrangedoras. “Trata-se de um desdobramento do conceito de assédio moral”, diz Antonio Carlos Bratefixe Jr., advogado trabalhista da Crivelli Advogados Associados. Diante do assédio on-line, o trabalhador pode se sentir amedrontado e envergonhado. “Isso gera problemas psicológicos capazes de afetar a sua vida pessoal e profissional”, diz Luciana Fabri Mazza, do escritório Mazza e Manente de Almeida Advogados. “É essencial definir uma cartilha sobre a política ideal de uso da web para evitar complicações”, afirma Bratefixe. Com o auxílio de consultores jurídicos e professores, a revista Pequenas Empresas & Grandes Negócios elaborou um guia com os sete erros que podem colocar a empresa em risco. 

 1. VISITA A SITES PORNOGRÁFICOS
O uso de sites inadequados no ambiente profissional é uma falta bastante comum. Por isso mesmo, é necessário criar uma cartilha definindo as regras de navegação pelas plataformas digitais. É importante determinar quais endereços podem ser acessados e como será a utilização de redes sociais, e-mails e mensagens instantâneas. “Isso mostrará aos funcionários que a internet nada mais é do que uma ferramenta de trabalho”, diz Renato Opice Blum, especialista em direito eletrônico. Para que as normas sejam seguidas, invista em palestras e treinamentos. 

 2. EXCESSO DE INFORMALIDADE NOS E-MAILS PROFISSIONAIS
Definir a linguagem que deve ser usada nesse canal e controlar o conteúdo desse material são atitudes que ajudam a afastar problemas. “O e-mail é uma carta formal e por isso devem-se evitar abreviações, ‘beijos’, apelidos e pontos de exclamação, por exemplo”, afirma Patrícia Peck, especialista em direito digital corporativo. “É interessante também que os gestores sejam sempre copiados quando um e-mail for enviado”, completa. 

 3. USO INDEVIDO DAS MENSAGENS INSTANTÂNEAS
Digitar frases em negrito, com letras maiúsculas, cores berrantes ou com ‘emoticons’ pode transformar o sentido da mensagem e gerar interpretações equivocadas. Segundo os especialistas, a empresa deve se assegurar de que a plataforma sirva apenas a objetivos profissionais. Eles aconselham ainda aos gestores que garantam o acesso a todos os seus subordinados. “Excluir ou bloquear algum contato pode gerar descontentamento”, diz Carlos Affonso Machado, coordenador do Centro de Tecnologia e Sociedade da FGV Direito Rio. 

 4. BRONCA ELETRÔNICA
Criticar abertamente um funcionário por meio dos suportes virtuais pode gerar constrangimento e humilhação. Isso porque, nesse tipo de comunicação, qualquer tipo de contato visual ou auditivo é perdido, o que facilita mal-entendidos. Especialistas acreditam que qualquer tipo de feedback deve ser feito pessoalmente. Caso isso não seja possível, é preciso formular com cuidado o texto, abordando o problema de maneira clara e concisa. 

 5. INTIMIDADE NAS REDES SOCIAIS
A utilização de redes sociais no ambiente corporativo deve ser permitida apenas quando a plataforma for necessária para a execução das atividades. “Sites como Twitter, Orkut e Facebook incentivam intimidades no local de trabalho que podem abrir espaço para o assédio moral”, afirma Wanderson Castilho, perito em crimes digitais. O contato entre funcionários na rede deve seguir os mesmos princípios do relacionamento no espaço empresarial. 

 6. INTERNET SEM REGRAS
Deixar que os funcionários decidam como e quando podem consultar a rede é desastre na certa. Para estruturar e avaliar a atuação da empresa e dos colaboradores no espaço eletrônico, o ideal é criar um Conselho de Ética, que será responsável por definir esse posicionamento. O grupo deve ser formado por representantes do setor executivo, de recursos humanos e da área jurídica. Esse comitê deverá fazer o monitoramento do ambiente digital e solucionar possíveis entraves. 

 7. FALTA DE COMUNICAÇÃO
Diante da intimidação, o funcionário pode não saber a quem recorrer. É fundamental que seja estabelecido um canal de comunicação direto com o Conselho de Ética, no qual os funcionários possam relatar seus problemas, sem medo de retaliações. Para que eles se sintam seguros, é preciso que o comitê mantenha as denúncias em sigilo e mostre aos empregados os benefícios desse canal. 

Fonte:  http://glo.bo/izAXsX



Empresa usa a tecnologia para evitar o assédio moral digital

 

Arthur Fole, da Hyspex, controla todos os e-mails trocados pelos funcionários

 

Por Patrícia Machado e Marisa Adán Gil 
 
Quando Arthur Fole, 31 anos, diretor executivo da Hyspex Tecnologia em Alumínio, de Guarulhos (SP), foi obrigado a desembolsar R$ 20 mil por um processo contra danos morais encabeçado por um ex-funcionário da empresa, decidiu blindar o negócio contra qualquer tipo de ação por assédio ou dano moral. No caso citado, o antigo empregado afirmara ter sido acusado de roubo.

Por ano, a Hyspex investe cerca de R$ 700 mil em softwares que controlam o uso do e-mail corporativo e gravam as conversas feitas pelos
funcionários em programas de chats instantâneos. Além disso, a diretriz é copiar o gestor da área em todos os e-mails enviados. “O programa controla as conversas e determina quem pode ou não ser o seu amigo na rede”, diz Fole. Para evitar problemas, os mais de 100 funcionários não podem acessar e-mails pessoais e redes sociais ou mesmo levar pen drives para dentro do ambiente corporativo. Para amenizar a imagem de controlador, Fole permite diariamente que por uma hora – das 12h às 13h – os funcionários acessem sites de bancos e portais de pesquisa na internet. “Fizemos um treinamento com todos os funcionários explicando a importância das novas regras e criamos uma cartilha que determina a postura da empresa no ambiente digital”, conta o empresário.

A nova cultura digital trouxe ganhos de produtividade para o escritório. “Os funcionários ficavam cerca de 60% do seu horário de trabalho em sites de jogos ou entretenimento. Hoje, a produtividade de cada um aumentou 40%”, afirma Fole. Isso contribuiu para o faturamento de R$ 60 milhões alcançado pela empresa em 2010. Neste ano a Hyspex espera crescer 20%. 
 
 




Palestra - Filhos Digitais x Pais Analógicos


Hoje a noite tem palestra com a equipe do Kidux no colégio Estillo as 20:00 (Em Curitiba) sobre o impacto da Internet nas crianças e na família.



Entre os assuntos abordados estão Bullying e Cyberbullying, além de pornografia, sexting, dependência de Internet, etc.



Para saber mais acesse Palestra - http://bit.ly/kNUxGj
kidux.com.br

terça-feira, 28 de junho de 2011

Portal Educação – Bullying nas Escolas – Dilma Ferreira

Dilma Ferreira é leitora assídua do Portal, muito participativa e gentilmente nos enviou um trabalho seu, pelo qual, agradecemos.






Convidada a postar um comentário sobre o assunto, a autora coloca à disposição dos usuários do Portal os estudos que realizou sobre o tema, abordado na capacitação de Gestores Escolares da Secretaria de Estado de Educação de Minas Gerais.

O Bullying (palavra que pode ser traduzida do Inglês como “intimidar”, “amedrontar”) é um problema mundial que pode ocorrer em qualquer contexto no qual as pessoas interajam, tais como escola, família, grupos sociais ou até mesmo no trabalho. Não se trata de uma prática essencialmente nova no contexto escolar. Todas as crianças e adolescentes expostos a uma convivência contínua. estão sujeitos a passar por esta situação. Para a Psiquiatra Ana Beatriz Barbosa Silva,o bullying ocorre em todas as escolas”. Sem exceção. Pesquisas indicam que 5% a 35% das crianças em idade escolar já se envolveram em bullying, somando vítimas e agressores. A maior parte das vítimas (69% delas) tem entre 12 e 14 anos.

Reconhecidamente, algumas escolas admitem que têm um problema e veem envidando esforços no sentido de prevenir ou de minimizar essa experiência e afastar as agressões do cotidiano escolar. Tais agressões, afirma a Psiquiatra, são caracterizadas por ‘brincadeiras’ que ocultam atos de perversidade, até mesmo de violência quando ultrapassam os limites suportáveis de qualquer pessoa.

Segundo ela, no bullying, o assédio é intencional e repetitivo, dentro e fora dos muros da escola. “Qualquer coisa que fuja ao padrão imposto por um determinado grupo pode deflagrar o processo de escolha da vítima do bullying”. As vítimas costumam ser tímidas, inseguras e fogem ao padrão do restante da turma, seja pela aparência física (cor, altura, peso), pelo comportamento (melhor desempenho na escola, por exemplo). Essa prática pode ser verbal (insultos, xingamentos, apelidos pejorativos), físico, psicológico (humilhações, exclusão e perseguições) e mesmo sexual, com insinuações e abusos.

No livro intitulado “Bullying – Mentes Perigosas, nas Escolas” (Ed. FONTANAR), a Psiquiatra aponta algumas das doenças identificadas como resultado desses relacionamentos, como angústia, ansiedade, transtorno do pânico, depressão, anorexia e bulimia, além de fobia escolar e dificuldades de socialização.
A busca pela solução, sob o ponto de vista pedagógico, é uma responsabilidade coletiva que envolve inclusive a participação dos pais das crianças e adolescentes.

O reconhecimento dos sinais de mudanças de comportamento pode dar início à identificação de vítimas do bullying. O diálogo aberto com os envolvidos constitui um argumento favorável à solução do problema. Neste caso, deve resgatar princípios de convivência saudável e valores éticos, os quais envolvem a tolerância e o respeito.

A prevenção parece ser o meio mais eficaz ao alcance das escolas. Também envolve o diálogo e o desenvolvimento de ações capazes de construir relações de respeito mútuo e de promover a educação do olhar sobre o outro, sobre as diferenças e os limites de cada pessoa.




Dilma Aparecida Ferreira é graduada em Pedagogia, Analista Educacional da Secretaria de Estado de Educação de Minas Gerais, na qual atuou como Colaboradora do Programa de Capacitação de Gestores (PROGESTÃO) e Coordenadora do Programa Estruturador do Governo de Estado, o TRAVESSIA, na Área de Resultados: Educação Básica de Qualidade.




FONTE: http://www.jaguaracu.net/2011/06/portal-educao-bullying-nas-escolas-dilma-ferreira/






segunda-feira, 27 de junho de 2011

Software israelense detecta “bullying digital”



Deu no Jornal ALEF, da comunidade judaica: um software desenvolvido pela empresa israelense United Parents protege crianças de pedofilia digital e de "cyberbullies" por meio de envio de alertas aos pais quando detecta relacionamentos suspeitos nos computadores. O software, que pode ser baixado gratuitamente, envia e-mail ou mensagem de texto quando atividades suspeitas são detectadas.


"Os pais provavelmente conhecem uma ou duas contas de e-mail ou apelido que a criança usa, mas muitas vezes há outras contas que eles desconhecem", explica Hanan Lavy, co-fundador e executivo chefe da United Parents. "Nós damos a informação aos pais e eles escolhem o que fazer com elas". O software não compartilha com os pais o conteúdo privado e os diálogos dos filhos, apenas a análise feita por um algoritmo de computador que também é capaz de decifrar a linguagem de chat usado por crianças que muitas vezes é desconhecido pelos adultos.


O
Jornal ALEF publica notícias sobre Israel e o mundo judaico. Criado em 1995, possui 70.000 assinantes em 40 países e vem colecionando prêmios dentro e fora da comunidade judaica. É, de acordo com manifestação expressa da ONU, “fonte de referência séria para veículos nacionais e internacionais”.

Fonte: http://www.brasilwiki.com.br/noticia.php?id_noticia=43668 


Bullying: formação moral é melhor meio de enfrentá-lo


O bullying, forma de violência cada vez mais presente em nossa sociedade, é explorado nesta entrevista concedida a ZENIT por Luciene Regina Paulino Tognetta, doutora em Psicologia Escolar pela USP e coordenadora da Linha de Pesquisa “Virtudes e Afetividade” pelo GEPEM – Grupo de Estudos e Pesquisas em Educação Moral – da Unesp/Unicamp.



O que é o bullying? Em que contextos ele se apresenta de maneira mais explícita?

Dra. Luciene R. P. Togneta: O bullying é diferente de uma simples brincadeira entre alunos, pois o que o caracteriza é a intencionalidade do autor em causar um sofrimento à vítima. As agressões se repetem sempre com o mesmo alvo, acontecem por um longo período de tempo e há um desequilíbrio de poder, tornando possível a intimidação da vítima. Portanto, há uma violência sentida por quem é vitimizado e, sobretudo, essa violência acontece cotidianamente fazendo a vida dessa criança ou adolescente parecer um inferno a seus olhos. O que torna o bullying algo tão terrível é o fato de ser uma forma de violência repetida e entre pares, ou seja, entre sujeitos que estão em pesos de autoridade iguais. E é na escola que essa relação entre pares é intensificada.

O bullying é um fenômeno isolado ou talvez mais um dos “sintomas” do mundo pós-moderno? A que se deve esse conjunto - sempre crescente - de fenômenos relacionados à violência em nossa sociedade?

Dra. Luciene R. P. Togneta: O bullying é uma forma de violência não necessariamente dessa geração, já que sempre existiu. Contudo, é verdade que, em um momento pós-moderno, em que os tempos são “líquidos”, como diria Zygmunt Bauman, são acentuadas as necessidades de sermos vistos pelos outros como o “garanhão”, como o “jovem”, como o “famoso”, já que tal liquidez dos tempos parece assegurar a necessidade, no presente, da força física, da fama rápida.

Qual é a situação do bullying no Brasil hoje? Estão sendo realizadas pesquisas nesta área? Você poderia nos contar um pouco sobre os resultados mais significativos?

Dra. Luciene R. P. Togneta: Sim, nós fazemos parte de um grupo de estudo e pesquisas, o GEPEM, da Unicamp/Unesp, que estuda e pesquisa temas relacionados à violência nas escolas e à agressividade do ponto de vista da Psicologia Moral. Existe também um curso de pós-graduação da UNIFRAN, chamado “As relações interpessoais na escola e a construção da autonomia moral”, que trabalha com seus alunos, entre outros temas, a violência, o bullying, como formar personalidades éticas etc.

Do ponto de vista da Psicologia Moral, nossos resultados têm apontado para o fato de que o bullyingé um problema moral, já que se remete às relações entre as pessoas e atinge aquilo a que mais se busca – sua dignidade diante de si e dos outros.

E do ponto de vista da educação, que dados chamam mais a atenção?

Dra. Luciene R. P. Togneta: Numa investigação com 150 adolescentes do nono ano de Ensino Fundamental II e primeiro ano do Ensino Médio de escolas públicas da região metropolitana de Campinas (Tognetta et all), encontramos números que assim descrevem essa forma de violência entre pares: 16% de nossa amostra foi considerada entre autores convictos, cujas ações de bullying são reveladas na frequência contínua de seus ataques; 29,3% são aqueles autores que eventualmente se colocam, muitas vezes como forma de proteção e revanche, como autores esporádicos de uma forma de violência que se pareceria com aquelas consideradas bullying. Quando questionamos sobre a possibilidade de já terem sido ou serem alvos de bullying, 60% dos alunos afirmaram já terem passado por processos de vitimização. Finalmente, ao questionarmos sobre o fato de saberem e terem visto quaisquer dessas formas de violência entre os colegas, 92% nos disseram já terem assistido a alguma situação de bullying na escola.

Vejamos: quase que a totalidade dos alunos já testemunhou cenas desse tipo de violência na escola; já foram, portanto, “público”. É ele, o público, quem dá a atenção e, assim, permite a promoção do autor. Bullying é um fenômeno escondido aos olhos dos professores, os quais estão mais atentos a situações que os afetam diretamente, mas não é escondido aos olhos dos alunos. O autor fará os colegas - ou até a classe inteira - saber que chamou um colega de um apelido que ele não gosta, porque é essa a maior recompensa de um autor de bullying: ver a dor do outro com seu sucesso diante dos outros. Quanto mais souberem daquilo que ele é capaz de provocar em alguém, mais satisfeito ele se sente.

O autor dessa humilhação pode ser também um professor?

Dra. Luciene R. P. Togneta: Em 2004 e 2005, conduzimos investigações nas quais perguntamos a cerca de 800 crianças e adolescentes de escolas públicas e particulares da região de Campinas: “Você já foi humilhado, diminuído, desprezado ou caçoado por algum de seus professores?”. Para nossa surpresa, o grande problema que encontramos foi, além do bullying, o fato de que crianças e adolescentes indicavam terem sido humilhados, desprezados, diminuídos pelos próprios professores. Numa das amostras, do 4º ano do Ensino Fundamental ao 2º ano do Ensino Médio, encontramos um número razoável de respostas que indicaram já terem sido menosprezados, ameaçados, zombados por aquele que chamamos de “autoridade” na escola. Por certo, tais ações são veladas e muitas vezes até não entendidas como formas de humilhação por aqueles que a recebem. Foi interessante notar que há um aumento nas respostas que consideram os menosprezos por parte da autoridade como natural entre os alunos: quanto menores, mais heterônomos, a ponto de validar muitas vezes as formas autoritárias pelas quais são tratados.

Mas, quando se trata de maus-tratos advindos de uma autoridade, de um professor, estamos também falando de bullying?

Dra. Luciene R. P. Togneta: Não exatamente, mas as formas de atuação de um professor também podem levar crianças e adolescentes a serem alvos e autores de bullying, ainda que indiretamente. Isso porque, imaginemos a seguinte situação: em determinada escola conhecida por nós e em que conduzimos as pesquisas de 2004 e 2005 na região de Campinas, os pais de dez principais alunos que eram considerados “terríveis” pela escola são convocados para uma reunião em que os filhos estão presentes. Coletivamente, a professora vai apontando os defeitos de cada um desses alunos na frente de todos. Seus pais, sentindo-se ridicularizados, culpados... É dessa forma velada, não intencional, que também a escola expõe suas violências: expõe publicamente o que deveria ser particular e permite que aqueles que já pouco atribuem a si um valor, o façam menos ainda.

Infelizmente, um dos grandes equívocos da escola é que trabalhamos o que é público como particular e o que é particular como público: quando temos uma “briga de galo” – aqueles momentos em que há espectadores que se rejubilam com a briga de outros dois –, como resolvemos? Encaminhamos os “brigões” para a direção e pedimos ao grupo que se aglomera que se disperse. O problema era público e não particular. Todos estavam, de alguma forma, envolvidos, ainda que pela ausência de indignação frente a essa situação de injustiça. Todos deveriam ser questionados: e se fosse com você? O que vocês poderiam ter feito para impedir que essa briga acontecesse? Tudo isso para que aqueles que são indiferentes se sintam implicados a tomar uma posição, para que se indignem com as injustiças na escola.

É comum que uma criança ou adolescente não se manifeste ao presenciar situações como esta?

Dra. Luciene R. P. Togneta: Há, de fato, uma explicação para que crianças e adolescentes cada vez mais se distanciem de pensar no coletivo da escola, como vimos numa investigação realizada com outros 150 estudantes de escolas públicas e particulares do Estado de São Paulo, em 2009. Quando questionamos esses adolescentes do nono ano sobre as ações que uma pessoa pode ter e que lhes cause indignação (ou raiva), 35,33% desses jovens pensam numa espécie justiça apenas autorreferenciada, sem se implicar com os outros, enquanto que somente 24% deles são capazes de indignar-se por qualquer pessoa que sofra a falta de um conteúdo moral, como a justiça, a honestidade, o respeito, entre outros (Tognetta, Vinha 2009).

Como evitar essas humilhações na escola, tanto entre colegas como entre professores e alunos?

Dra. Luciene R. P. Togneta: Quando até a autoridade é citada pelos alunos como agindo com humilhações e intimidações, temos de ter um olhar mais amplo para os problemas da escola. Háuma questão muito maior, quanto ao tipo de ambiente sócio-moral que é constituído nas relações entre os alunos e seus professores. Como pesquisadora do desenvolvimento moral, acredito queuma intervenção de qualidade ao problema da violência chamada bullying começa impreterivelmente pelo diagnóstico do ambiente sócio-moral constituído por aqueles que dele participam. Na verdade, é a qualidade do ambiente sócio-moral uma das questões mais necessárias para se levar em conta num processo de implantação de uma proposta anti-bullying.

 Alguns falam de "agressor" e "vítima", enquanto outros consideram "autor" e "alvo" como termos mais adequados. Qual é a diferença?

Dra. Luciene R. P. Togneta: A atual literatura sobre o fenômeno aconselha que utilizemos as expressões “alvos de bullying” e “autor de bullying” à vítima e agressor, respectivamente, na tentativa de evitar preconceitos por parte dos agentes que trabalham com situações problemas em que haja essa forma de violência. Professores como o espanhol José Maria Avilés Martinez, que estará conosco durante o II COPPEM, é um dos que têm se esforçado para adequar tais expressões. No Brasil, os pesquisadores do GEPEM já aderiram a essa nova nomenclatura, a partir de nossos estudos publicados em 2008 por nós, Luciene Tognetta e Telma Vinha.

Autor e alvo são os únicos envolvidos na "cena" do bullying?

Dra. Luciene R. P. Togneta: Não. Há também aqueles que chamamos de espectadores. São eles que promovem o autor e permitem declinar o alvo. Sem público não há espetáculo. Os atos de bullying são escondidos aos olhos da autoridade, mas dos pares não; o autor de bullying precisa que todos saibam o que fez com a vítima. Os espectadores, muitas vezes, ficam do lado dos mais fortes ou são indiferentes, por medo de se tornarem a próxima vítima. Falta-lhes o sentimento de indignação.

É possível que um alvo se torne autor e vice-versa? Como e por que se dá isso?

Dra. Luciene R. P. Togneta: Pelo lado do agressor, ele tem a intenção de ferir, ele precisa menosprezar o outro para se sentir melhor, mas nem sempre ele é uma ex-vítima. Ele pode ser, na verdade, uma criança ou adolescente que simplesmente carece de sensibilidade moral, a ponto de não conseguir se colocar no lugar do outro. Mas pode ser que tenha se sentido vitimado em alguma circunstância, por seus pais, por seus iguais e tenha aprendido que a única forma de “ficar bem na fita” seja também provocando os outros. O valor que ele vê em si mesmo pode ser tão pequeno que, para se sentir melhor, ele invista sobre os outros.

Como se pode trabalhar a inclusão social do autor do bullying? E do alvo?

Dra. Luciene R. P. Togneta: Estigmatizados, estão com certeza todos os diferentes que não aprendem na escola que não se renova e nem se preocupa em criar formas de se adaptar às suas necessidades especiais. O professor pode estar voltado ao quadro, e não a quem aprende. Até porque, infelizmente, perpassa pela cabeça de muitos professores que o problema de bullying é uma brincadeira própria da idade. Ou então, para outros, um problema que não é da escola. Mas convenhamos: ética não é um conteúdo da escola? Se sim, como afirmado pelos parâmetros curriculares, é trabalho imprescindível do professor tratar deste conteúdo em suas aulas. Se concordarmos com Ricoeur (1993) em que “ética é a busca de uma vida boa com e para o outro em instituições justas”, trabalhar com o tema da ética é trabalhar com as relações entre as pessoas. É ajudá-las a buscar a “vida boa” como sinônimo de dignidade. É possibilitar que meninos e meninas se vejam com valor, para então valorizarem os outros.

Segundo sua experiência nesta área, quais são os principais meios para se evitar o bullying, a curto e longo prazo?

Dra. Luciene R. P. Togneta: Primeiramente, os educadores precisam compreender as particularidades desse tipo de violência para depois pensar em propostas de intervenção. De acordo com estudos e pesquisas realizadas na área de Psicologia Moral, o autor de bullying é um sujeito que possui uma escala de valores invertida, em que respeito, generosidade, solidariedade não são valores centrais para esses meninos. Por isso, é importante destacar que ele também precisa de ajuda, pois são sujeitos que carecem do que chamamos de “sensibilidade moral”, ou seja, não enxergam no outro um sujeito digno de respeito e por isso não consegue se sensibilizar com a dor alheia.

Ao contrário do que as escolas têm feito quando identificam os autores, que é aplicar castigos ou punições, o que podemos fazer é aplicar sanções por reciprocidade, que estejam relacionadas com as ações do sujeito; encorajá-los a pedir desculpas e incentivá-los a reparar o mal causado ao outro, para que possam refletir sobre o que fizeram. Por sua vez, os alvos de bullyingnão têm forças para lutar contra seus algozes porque se veem como diferentes; é preciso ajudá-los a se ver com valor, a se respeitarem para que possam sair do “estado” de vítima. Mas a escola precisa trabalhar também com os espectadores, como já dissemos, são eles que promovem o autor; portanto, precisamos trabalhar com os sentimentos desses sujeitos que não conseguem se indignar, precisamos questioná-los: como vocês se sentiriam se isso acontecesse com vocês? O que vocês poderiam fazer para que isso não acontecesse mais? Para isso, é preciso construir espaços que abarquem a formação ética dos nossos alunos. Pouco adianta puni-los, julgá-los, denunciá-los à polícia. O que precisamos é formar cidadãos que aspirem a uma personalidade que tenha valores morais.

 Em que aspectos a formação na família e na escola podem contribuir para a educação nos princípios morais e éticos?

Dra. Luciene R. P. Togneta: É preciso cuidar do caráter das crianças. Às vezes, por querermos ser pais democráticos, nos tornamos permissivos e deixamos passar quando as crianças não dividem os brinquedos com os outros, quando maltratam os amigos, ou então somos complacentes com aquilo que ainda ela não pode fazer: fumar, beber na adolescência, por exemplo. É preciso dar um limite de “até onde” esse pequeno homem/mulher pode ir, exatamente para que ele possa aspirar, desejar ser algo que ainda não é. Se permitimos tudo, não há nada mais a conquistar.

A partir disso, é preciso buscar a parceria da escola que, por sua vez, é também responsável pela formação ética de seus alunos. Entretanto, valores morais não são transmitidos, são construídos, são vividos na experiência dos conflitos cotidianos em que se pode pensar sobre os problemas que se tem; ouvir os envolvidos, que podem dizendo como se sentem, que não gostam de ser violentados; ajudar aos meninos e meninas que carecem de sensibilidade moral, a se comover com o outro. Formar valores depende de um trabalho sistemático e preventivo, dia-a-dia, com a participação das crianças nas decisões, nas escolhas, no planejamento, na avaliação do dia. Ou seja, ética, é vacina, e não remédio. Se o bullying é um problema decorrente da falta de ética, é porque a vacina tem faltado nas escolas.

Infelizmente, a escola ainda está voltada apenas ao que fere o que é de todos, já que dificilmente considera que esse crescente olhar sobre o direito e o dever de todos – o que é público – começa pelo reconhecimento e respeito de si mesmo – do que é particular.

Você está coordenando o 2º Congresso de Pesquisas em Psicologia e Educação Moral (II COPPEM), na UNICAMP. Quais foram os principais resultados do 1º COPPEM e o que se busca nesta segunda edição do evento?

Dra. Luciene R. P. Togneta: A possibilidade de promover um encontro com a comunidade científica que trabalha, sob diferentes olhares, um mesmo tema, e a contribuição que podemos dar à comunidade, que tanto deseja compreender sobre o tema da moral para saber intervir, são as maiores conquistas que tivemos durante o primeiro COPPEM e que nos motivou à segunda edição. Neste ano, procuramos chegar ainda mais perto da comunidade. Convidamos jornalistas para mediar as mesas redondas que teremos no congresso. Educar a mídia é nosso grande objetivo. Isso porque a mídia é a grande possibilidade de chegar a professores, pais e à comunidade em geral, aquilo que se faz na universidade.

Luciene, você sempre trabalhou na área da educação, de diversas formas. O que a motiva a acreditar na transformação do ser humano?

Dra. Luciene R. P. Togneta: O próprio conhecimento do ser humano. A definição de inteligência de Piaget me é inspiradora: diria ele que inteligência é a capacidade de adaptação do ser humano. E afirmaria ainda que o dia em que o ser humano parar de se adaptar, não teremos mais o homem. Não é lindo? É fantástico saber que o homem pode se transformar. Não é tarefa fácil, sabemos, mas é preciso esperança. É o que tenho e que me motiva a estudar.

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Para saber mais:

TOGNETTA, L.R.P. A história da menina e do medo da menina. Literatura Infantil. Coleção: Falando de sentimentos. Americana, Editora Adonis, 2010.

TOGNETTA, L.R.P.; VINHA, T.,P. Estamos em conflito, eu comigo e com você: uma reflexão sobre o bullying e suas causas afetivas. In: CUNHA, J.L.; DANI, L.S.C.: Escola, conflitos e violências. Santa Maria: Ed. Da UFSM.

TOGNETTA, L.R.P. ; VINHA T. P. Valores em crise: o que nos causa indignação? In: LA TAILLE, Y.; MENIN, M.S.S.: Crise de Valores ou Valores em crise? Porto Alegre: Artmed 2009.

TOGNETTA,L.R.P.; VINHA, T.P. Um olhar sobre o bullying escolar e sua superação: contribuições da psicologia moral. In: TOGNETTA, L. R. P. ;VINHA,T. P. “Conflitos na instituição educativa: perigo ou oportunidade”. Campinas: Editora Mercado de Letras. 2011.

TOGNETTA, L.R.P. Bullying: de onde vêm a violência que assola a escola? In: GARCIA, Agnaldo (org.) Relacionamento interpessoal. Vitória: Associação Brasileira de Pesquisa do Relacionamento Interpessoal – ABPRI, 2010.

Fonte: http://padremanoel.blogspot.com/2011/06/bullying-formacao-moral-e-melhor-meio_27.html

segunda-feira, 20 de junho de 2011

Primeiro Plano aborda o tema bullying


Jornalista Kézya Diniz conversa com o psicólogo Thompson Hoger sobre a violência emocional que tanto é praticada nas escolas e outros ambientes públicos









Cartilha sobre uso da internet para a família





A Seccional de São Paulo da Ordem dos Advogados do Brasil e o Instituto Mackenzie lançaram uma cartilha sobre o uso da internet para a família. 


Os temas escolhidos explicam como explorar a rede mundial de computadores de maneira segura. 

Liberdade de expressão, crimes de preconceito, responsabilidade civil, denúncia, privacidade, crimes na internet, cyberbullying, direito autoral e pornografia infantil são alguns dos tópicos da cartilha, com dicas para usar sem medo. 

“A cartilha recomenda que o uso de sites de relacionamentos e comunidades da internet seja criterioso, pois terceiros podem usar os dados de cadastro de forma maliciosa e até criminosa. Sites de relacionamento expõem informações íntimas de seus assinantes e não impedem pessoas mal intencionadas de criar uma “conta fantasma” e prejudicar o usuário inocente”, disse Henri Dias, presidente da OAB Fernandópolis. 

De acordo com Renato Opice Blum, um dos coordenadores da Cartilha, “a Constituição Federal e os Tratados Internacionais dos quais o Brasil é signatário obrigam o governo a proteger também a privacidade, a honra e a imagem do cidadão”. 

A cartilha “Uso Seguro da Internet para Toda a Família” traz também casos concretos de condenações nos tribunais de pessoas que promoveram o cyberbullying, que é uma prática que envolve o uso de tecnologias de informação e comunicação para dar apoio a comportamentos deliberados, repetidos e hostis praticados por um indivíduo ou grupo com a intenção de prejudicar outra pessoa, através da internet, bem como pais e escolas que foram negligentes com a vigilância de ado-lescentes que praticaram as agressões. 

Para informações mais detalhadas, é necessário acessar o link 


Fonte:
http://www.regiaonoroeste.com/portal/materias.php?id=28527&busca=bullying&pagina=1&oquelista=




A Internet atualmente é uma ferramenta capaz de nos conectar ao mundo em apenas alguns segundos. Podemos conversar com amigos do outro lado do mundo, pagamos contas, trabalhamos, trocamos experiências, aprendemos. Enfim, a rede mundial de computadores revolucionou o dia a dia das pessoas e transformou profundamente a sociedade, trazendo a tecnologia para nossa rotina diária.

Como a Internet ainda é, em muitos aspectos, uma novidade, não há normas e leis específicas para coibir os crimes praticados por meio dos computadores. São fraudes financeiras, envio de vírus, roubo de senhas, crimes contra a honra, calúnia, injúria, difamação, cyberbullying (humilhação de pessoas por meio de postagens na Internet) e, talvez o crime mais preocupante, a pedofilia - que alicia nossas crianças.

A despeito de terem sido criadas delegacias especializadas, é importante que todos os usuários da Internet saibam que existem meios mais seguros de usar a rede mundial, a partir da adoção de alguns medidas práticas. Esse é o objetivo dessa Cartilha - que ensina medidas simples que permitirão a toda a família utilizar o computador com segurança, sem correr riscos desnecessários.

Para informações detalhadas, é necessário acessar o link abaixo:

 http://www.oabsp.org.br/comissoes2010/crimes-alta-tecnologia/cartilhas

sábado, 18 de junho de 2011

Uma massagem no meu ego


^.^  Awn é 1 post antigo (28/05/2011), mas somente ontem, num dos meus 'passeios pela internet', é que eu tomei conhecimento. E como fizeram uma referência muito linda à minha participação e ao vídeo que eu editei para fazer 1 post aqui no meu blog que me deixou 'toda toda' rs ( na verdade, foi uma completa massagem no meu ego! ) não tinha como deixar essa matéria fora do meu Blog *-*

Abraços,
Ellen Bianconi



1º Encontro de Rioeducadores do Twitter

 

No dia 11 de maio tivemos o primeiro Encontro de Rioducadores do Twitter.Com a hashtag #ERT - que esteve em quarto lugar nos Trending topics Brasil - o evento foi seguido por mais de 1500 usuários do twitter e assistido por mais de 600 pessoas através de vídeo simultâneo.








O site da Veja foi lá e conferiu: “Claudia, a líder dos internautas da educação no Rio, participou do primeiro encontro de professores no Twitter. Quando cada um que chegava para o evento recebia um crachá em que se registrava o nome da pessoa e sua conta no microblog – o símbolo “@” seguido de um espaço a preencher."


Apenas uma informação do site da Veja está imprecisa: “o símbolo “@” seguido de um espaço a preencher” foi somente para os que se inscreveram ou chegaram de última hora. Todos os outros receberam o símbolo “@” seguido de seu nickname no microblog.

O vídeo abaixo foi produzido por Ellen Bianconi, uma das convidadas especiais do evento. Ela nos contou sobre o bullying sofrido por sua filha – fato que para ela acabou se transformando em luta pela causa antibullying.

Referindo-se à professora Ione Corez do CIEP Professora Célia Martins Menna Barreto, que nos contou como venceu uma situação de bullying na escola, Ellen Bianconi disse uma das frases mais expressivas do encontro: “Professora Ione, parabéns! Se minha filha tivesse tido professores como você, eu não precisaria ter ido à justiça.”

Rodrigo Nejn, diretor da Safernet Brasil esclareceu dúvidas sobre bullying de forma clara, disponibilizou um kit do Ministério Público sobre o tema e ainda se mostrou disponível para outros encontros.

Ao final do evento, 27 rioeducadores que estavam na plateia foram sorteados com livros oferecidos pelo @Olivreiro.

Agradecemos o empenho de toda equipe do Rioeduca.net, dos parceiros envolvidos, dos convidados, especialmente da Secretária de Educação Claudia Costin e do palestrante Rodrigo Nejn, que mesmo com suas agendas repletas de compromissos, marcaram presença real e aos mais de 1500 que marcaram presença virtual e que já pedem um 2º #ERT.

Com esse evento, o Rioeduca relança a campanha “Professores Brilhantes que vencem Desafios” que se estenderá até o final do ano.




Veja mais sobre o evento:

No Blog "Bullying não é brincadeira de criança" - "@RioEduca O SALTO DE QUALIDADE DA EDUCAÇÃO CARIOCA!"

Aqui no portal:








Fonte: http://www.rioeduca.net/blog.php?mes=5&ano=2011&pg=4


BULLYING - ISTO NÃO É BRINCADEIRA DE CRIANÇA




A maioria das crianças são meigas e inocentes. Criamos nossos filhos para se tornarem seres independentes e felizes. Para tanto, os colocamos na melhor escola possível.

A única preocupação dos pais e dos alunos deveriam ser as notas e lições de casa.

Contudo, cada vez mais cedo, estamos nos deparando com uma agressividade infantil exacerbada, crianças que não respeitam os adultos, respondem, com grosseria, para professores e diretores, praticam agressões físicas e psicológicas contra os que não conseguem se defender.

Esta prática dos alunos agressivos recebeu, modernamente, o nome de Bullying.

Bullying é um termo utilizado para descrever atos de violência física ou psicológica, intencionais e repetidos, praticados por um indivíduo (do inglês bully, ou valentão) ou grupo de indivíduos com o objetivo de intimidar ou agredir outro indivíduo (ou grupo de indivíduos) incapaz(es) de se defender. Também existem as vítimas/agressoras, ou autores/alvos, que em determinados momentos cometem agressões, porém também são vítimas de assédio escolar pela turma.

O assédio escolar divide-se em duas categorias:
  1. assédio escolar direto;
  2. assédio escolar indireto, também conhecido como agressão social
O bullying direto é a forma mais comum entre os agressores (bullies) masculinos. A agressão social ou bullying indireto é a forma mais comum em bullies do sexo feminino e crianças pequenas, e é caracterizada por forçar a vítima ao isolamento social. Este isolamento é obtido por meio de uma vasta variedade de técnicas, que incluem:
  • espalhar comentários;
  • recusa em se socializar com a vítima;
  • intimidar outras pessoas que desejam se socializar com a vítima;
  • ridicularizar o modo de vestir ou outros aspectos socialmente significativos (incluindo a etnia da vítima, religião, incapacidades etc).
O assédio escolar pode ocorrer em situações envolvendo a escola ou faculdade/universidade, o local de trabalho, os vizinhos e até mesmo países. Qualquer que seja a situação, a estrutura de poder é tipicamente evidente entre o agressor (bully) e a vítima. Para aqueles fora do relacionamento, parece que o poder do agressor depende somente da percepção da vítima, que parece estar a mais intimidada para oferecer alguma resistência. Todavia, a vítima geralmente tem motivos para temer o agressor, devido às ameaças ou concretizações de violência física/sexual, ou perda dos meios de subsistência.


Essas agressões, que costumavam aparecer na adolescência, estão sendo detectadas entre crianças, cada vez mais cedo. Tanto nas escolas públicas quanto nas particulares, onde os altos muros que as separam do mundo externo, em vez de protegê-las dos perigos “de fora”, muitas vezes alimentam atos ainda mais violentos cometidos do lado “de dentro”, uma vez que os pais não costumam levar as ocorrências às delegacias.

O fenômeno, típico das escolas americanas, se tornou uma realidade no Brasil a partir da década de 90 no ensino privado. A prática, considerada por muitos diretores de escola como “briguinha de criança” expõe a crueldade precoce dos menores e a omissão dos dirigentes da instituição, professores e pais no trato com o problema. A escola finge não ver para preservar a imagem dos alunos, das famílias ou o nome do colégio. A falta de informação colabora com a perpetuação das “pequenas” crueldades. Normalmente, os pais são os últimos a saber que o filho está sendo agredido na escola, local onde ele deveria estar seguro.

Os bullies usam principalmente uma combinação de intimidação e humilhação para atormentar os outros. Alguns exemplos das técnicas de assédio escolar:
  • Insultar a vítima;
  • Acusar sistematicamente a vítima de não servir para nada;
  • Ataques físicos repetidos contra uma pessoa, seja contra o corpo dela ou propriedade.
  • Interferir com a propriedade pessoal de uma pessoa, livros ou material escolar, roupas, etc, danificando-os.
  • Espalhar rumores negativos sobre a vítima;
  • Depreciar a vítima sem qualquer motivo;
  • Fazer com que a vítima faça o que ela não quer, ameaçando-a para seguir as ordens;
  • Colocar a vítima em situação problemática com alguém (geralmente, uma autoridade), ou conseguir uma ação disciplinar contra a vítima, por algo que ela não cometeu ou que foi exagerado pelo bully;
  • Fazer comentários depreciativos sobre a família de uma pessoa (particularmente a mãe), sobre o local de moradia de alguém, aparência pessoal, orientação sexual, religião, etnia, nível de renda, nacionalidade ou qualquer outra inferioridade depreendida da qual o bully tenha tomado ciência;
  • Isolamento social da vítima;
  • Usar as tecnologias de informação para praticar o cyberbullying (criar páginas falsas, comunidades ou perfis sobre a vítima em sites de relacionamento com publicação de fotos etc);
  • Chantagem.
  • Expressões ameaçadoras;
  • Grafitagem depreciativa;
  • Usar de sarcasmo evidente para se passar por amigo (para alguém de fora) enquanto assegura o controle e a posição em relação à vítima (isto ocorre com frequência logo após o bully avaliar que a pessoa é uma "vítima perfeita").
  • Fazer que a vítima passe vergonha na frente de várias pessoas.
Denúncias da prática do bullying têm chegado às Varas da Infância e da Adolescência. Mas isso ocorre com mais freqüência nas agressões ocorridas em escolas públicas, onde a tutela do Estado é direta.

Muitas escolas particulares abafam os casos por medo de perder alunos. Outro aspecto preocupante é que muitas instituições de classe, ao sugerir apoio psicológico, tentam reforçar a tese de que crianças agredidas podem ter uma propensão a isso – como se o problema estivesse na vítima e não na instituição.

É um mecanismo sutil de os colégios se distanciarem do problema. “As escolas tendem transferir a culpa para a família e vice-versa. Não adianta os pais colocarem a culpa nas más companhias e o colégio dizer que é o aluno que não sabe se defender e que a culpa é dos pais”, pondera a psicopedagoga Maria Irene.

Mesmo que a prática seja coibida nas escolas, os danos podem ser irreversíveis à criança. “O trauma permanece e gera uma baixa auto-estima no menor, que leva cerca de três anos para se recuperar. Algumas nem se recuperam”, alerta Maria Irene. Entre as conseqüências do pós-bullying, estão danos à capacidade de aprendizado, que pode se tornar superficial, dificuldades de concentração nas tarefas escolares – a criança pode ficar preocupada com a abordagem de agressores a qualquer momento – e um permanente complexo de perseguição, que pode se expandir para todas as áreas da sua vida.

A omissão das escolas na solução dos problemas torna os casos cada vez mais graves. E, quando eles explodem, são erupções vulcânicas que causam um efeito perturbador em toda a instituição. Abalam as famílias das vítimas e também dos agressores.

No Brasil, a gravidade do ato pode levar os jovens infratores à aplicação de medidas sócio-educativas.

Pelo artigo 2o., do Estatuto da Criança e do Adolescente, Lei 8.069/90, "considera-se criança, para os efeitos desta Lei, a pessoa até 12 anos de idade incompletos, e adolescente aquela entre doze e dezoito anos de idade".

Os menores de 18 anos são considerados inimputáveis pelo Código Penal. Porém, eles estão sujeitos à sanção pela prática de ato infrancional que, de acordo com o artigo 103, do ECA é "a conduta descrita como crime ou contravenção penal".

Mesmo às crianças, ou seja, as consideradas com menos de 12 anos de idade, poderão ser aplicadas as medidas descritas no artigo 101, da Lei 8069/90, na hipótese de prática de ato infracional. Assim, mesmo para a criança poderá ser determinado:
"I - encaminhamento aos pais ou responsável, mediante termo de responsabilidade;
II - orientação, apoio e acompanhamento temporários;
III - matrícula e frequência obrigatórias em estabelecimento oficial de ensino fundamental;
IV - inclusão em programa comunitário ou oficial de auxílio à família, à criança e ao adolescente;
V - requisição de tratamento médico, psicológico ou psiquiátrico, em regime hospitalar ou ambulatorial;
VI - inclusão em programa oficial ou comunitário de auxílio, orientação e tratamento a alcoólatras e toxicômanos;
VII - abrigo em entidade;
VIII - colocação em família substituta"

Na área cível, e os pais dos bullies podem, pois, serem obrigados a pagar indenizações por danos morais e materiais.

Uma das referências sobre o assunto, no Brasil, é um artigo escrito pelo ministro do Supremo Tribunal Federal Marco Aurélio Mello, intitulado Bullying - aspectos jurídicos:

"A Constituição Federal, em verdadeiro princípio e de forma pedagógica, preceitua ser "dever da família, da sociedade e do Estado assegurar à criança e ao adolescente, com absoluta prioridade, o direito à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária, além de colocá-los a salvo de toda forma de negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão" (artigo 227). As ações que caracterizam o bullying afetam bens juridicamente resguardados. De início, tem-se a violação ao princípio da dignidade da pessoa humana - artigo 1º, inciso III, da Constituição. A indeterminação do conceito não impede o consenso: revela-se conteúdo mínimo da dignidade a proteção do indivíduo contra qualquer tipo de violência, que, no extremo, pode significar a tortura. A interdição à tortura e ao tratamento desumano ou degradante, presente no artigo 5º, inciso III, também é um importante vetor contrário à prática do bullying.

A Declaração Universal dos Direitos Humanos - ONU - afasta o tratamento cruel, desumano ou degradante ao ser humano. A Convenção sobre os Direitos da Criança impõe ao Estado e aos pais, tutores ou outras pessoas responsáveis o dever de assegurar o bem-estar da criança, cabendo inclusive a adoção de medidas administrativas e legislativas adequadas. A Convenção Interamericana de Direitos Humanos - Pacto de São José da Costa Rica - prevê o direito à integridade pessoal, compreendendo os aspectos físico, psíquico e moral. A vítima de bullying poderá até mesmo recorrer ao sistema interamericano de direitos humanos.

Há a possibilidade de tutela jurídica penal. Não existe um tipo específico, mas a conduta hostil pode revelar crime contra a honra, racismo, lesão corporal ou estupro. Praticada por menor, será considerada ato infracional, atraindo medida socioeducativa.
É também inequívoca a viabilidade de responsabilização civil - artigos 186 e 927 do Código Civil. O nexo causal e a prova do dano são questões a serem demonstradas no caso concreto. Pode-se responsabilizar os pais pela conduta, artigos 932, inciso II, e 933 do Código Civil. Cuidando-sede estabelecimentos escolares, a responsabilidade, também objetiva, é extraída do artigo 932, inciso IV, do mesmo diploma.

O projeto de lei nº 228/2010, em tramitação no Senado Federal, versa a inclusão de dispositivo na lei nº 9.394/96 - Lei de Diretrizes e Bases da Educação - para assegurar a adoção de medidas de prevenção e combate a atos de intimidação e agressão. Na Câmara dos Deputados, há sete projetos de lei em tramitação para estabelecer ações que visem a coibir o bullying. Destaca-se o de nº 6.935/2010, que criminaliza a prática.A matéria, ainda não regulamentada por legislação federal, é objeto de normas municipais e estaduais. Em São Paulo, a Câmara Municipal editou a lei nº 14.957/2009, determinando "incluir no projeto pedagógico medidas de conscientização, prevenção e combate ao bullying" (artigo 1º). No mesmo sentido é a lei nº 5.089/2009, do município do Rio de Janeiro. Segundo a lei nº 5.824/2010, do Estado do Rio de Janeiro, além dos estabelecimentos de saúde, os de ensino também ficam obrigados a notificar à autoridade policial e ao Conselho Tutelar qualquer caso de violência contra a criança e o adolescente. O Estado de Santa Catarina foi o pioneiro na normatização do tema, considerada a lei nº 14.651, de 12 de janeiro de 2009.


O crescimento do número de ocorrência envolvendo o Bullying e as gravíssimas consequências - tanto em termos psicológicos e sociais, quanto  jurídicos - estão a revelar a valia da ampla discussão sobre o tema, providência que se impõe, a fim de permitir à atual e às futuras gerações, o exercício irrestrito da cidadania."

A legislação da cidade de São Paulo define assédio escolar como atitudes de violência física ou psicológica, que ocorrem sem motivação evidente praticadas contra pessoas com o objetivo de intimidá-las ou agredi-las, causando dor e angústia.

Os atos de assédio escolar configuram atos ilícitos, não porque não estão autorizados pelo nosso ordenamento jurídico, mas por desrespeitarem princípios constitucionais (ex: dignidade da pessoa humana) e o Código Civil, que determina que todo ato ilícito que cause dano a outrem gera o dever de indenizar. A responsabilidade pela prática de atos de assédio escolar pode ser apurada, ainda, em consonância com o Código de Defesa do Consumidor, tendo em vista que as escolas particulares prestam serviço aos consumidores e são responsáveis por atos de assédio escolar que ocorram nesse contexto.

Com as novas tecnologias, outra modalidade de bullying está se popularizando. Os agressores mandam torpedos e e-mails ofensivos para a vítima, fazem trotes, colocam vídeos no YouTube com imagens dela sendo espancada na escola e lançam calúnias no Orkut e em blogs. Como não é fácil serem identificados, os agressores se sentem livres para praticar a crueldade online.

Em novembro do ano passado, o YouTube ganhou o Beatbullying, um canal de combate à prática. A página tem vídeos de celebridades, jovens e escolas que falam sobre o assunto. Nos Estados Unidos, um projeto de lei da Califórnia prevê a expulsão dos alunos que praticarem o cyberbullying contra os colegas. Assim como o bullying tradicional, o cyber também deve ser denunciado às autoridades nas delegacias tradicionais ou nas especializadas em crimes eletrônicos. Com autorização judicial, os agressores podem ser identificados. É preciso dar um basta para que os agressores juvenis de hoje não se tornem os criminosos de amanhã.


Conforme Cartilha elaborada pelo Conselho Nacional de Justiça sobre o Bullying, "a escola é corresponsável nos casos de bullying, pois é lá onde os comportamentos agressivos e transgressores se evidenciam ou se agravam na maioria das vezes. A direção da escola (como autoridade máxima da instituição) deve acionar os pais, os Conselhos Tutelares, os órgãos de proteção à criança e ao adolescente etc. Caso não o faça poderá ser responsabilizada por omissão. Em situações que envolvam atos infracionais (ou ilícitos) a escola também tem o dever de fazer a ocorrência policial. Dessa forma, os fatos podem ser devidamente apurados pelas autoridades competentes e os culpados responsabilizados. Tais procedimentos evitam a impunidade e inibem o crescimento da violência e da criminalidade infantojuvenil."http://www.cnj.jus.br/images/programas/justica-escolas/cartilha_bullying.pdf

Casos de bullying têm ocorido nas escolas mais tradicionais de São Paulo, como o Colégio Rio Branco (que já recebeu duas condenações por negligência no caso de bullying praticado nas dependências da escola sendo que, uma das crianças, tinha, apenas, 10 anos de idade), Colégio São Luís, Santo Américo, Notre Dame e Santa Maria,  sendo que, as últimas quatro escolas mencionadas, adotaram programas de prevenção e conseguiram coibir a prática.

Na Grande São Paulo, uma menina apanhou até desmaiar por colegas que a perseguiam e em Porto Alegre um jovem foi morto com arma de fogo durante um longo processo de assédio escolar.
Em maio de 2010, a Justiça obrigou os pais de um aluno do Colégio Santa Doroteia, no bairro Sion de Belo Horizonte, a pagar uma indenização de R$ 8 mil a uma garota de 15 anos por conta de assédio escolar. A estudante foi classificada como G.E. (sigla para integrantes de grupo de excluídos) por ser supostamente feia e as insinuações se tornaram frequentes com o passar do tempo, e entre elas, ficaram as alcunhas de tábua, prostituta, sem peito e sem bunda. Os pais da menina alegaram que procuraram a escola, mas não conseguiram resolver a questão. O juiz relatou que as atitudes do adolescente acusado pareciam não ter "limite" e que ele "prosseguiu em suas atitudes inconvenientes de 'intimidar'", o que deixou a vítima, segundo a psicóloga que depôs no caso, "triste, estressada e emocionalmente debilitada". O colégio de classe média alta não foi responsabilizado.

Na USP, o jornal estudantil O Parasita ofereceu um convite a uma festa brega aos estudantes do curso que, em troca, jogassem fezes em um gay. Um dos alunos a quem o jornal faz referência chegou a divulgar, em outra ocasião, estudantes da Farmácia chegaram a atirar uma lata de cerveja cheia em um casal de homossexuais, que também era do curso, durante o tradicional happy hour de quinta-feira na Escola de Comunicações e Artes da USP. Ele disse que não pretende tomar nenhuma providência judicial contra os colegas, embora tenha ficado revoltado com a publicação da cartilha.

Também em junho de 2010, um aluno de nona série do Colégio Neusa Rocha, no Bairro São Luiz, na região da Pampulha de Belo Horizonte, foi espancado na saída de seu colégio, com a ajuda de mais seis estudantes armados com soco inglês. A vítima ficou sabendo que o grupo iria atacar outro colega por ele ser "folgado e atrevido", sendo inclusive convidada a participar da agressão.

Em entrevista ao Estado de Minas, disse: Eles me chamaram para brigar com o menino. Não aceitei e fui a contar a ele o que os outros estavam querendo fazer, como forma de alertá-lo. Quando a dupla soube que contei, um deles colocou o dedo na minha cara e me ameaçou dentro de sala, durante aula de ciências. Ele ainda condido, pelo celular, para outro colega, que estuda pela manhã, e o chamou para ir à tarde na escola.

Durante o ano de 2010, Bárbara Evans, filha de Monique Evans e estudante da Universidade Anhembi Morumbi (onde cursava o primeiro ano de Nutrição), em São Paulo, entrou na Justiça com um processo de assédio escolar realizado por seus colegas. No dia 12/06/2010, um sábado à noite, o muro externo do estacionamento do campus Centro da referida Universidade foi pichado com ofensas a ela e a sua mãe.

Em recente caso julgado no Rio Grande do Sul (Proc. nº 70031750094 da 6ª Câmara Cível do TJRS), a mãe do bullie foi condenada civilmente a pagar indenização no valor de R$ 5 mil (cinco mil reais) à vítima. Foi um legítimo caso de cyberbullying, já que o dano foi causado por meio da Internet, em fotolog (flog) hospedado pelo Portal Terra. No caso, o Portal não foi responsabilizado, pois retirou as informações do ar em uma semana. Não ficou claro, entretanto, se foi uma semana após ser avisado informalmente ou após ser judicialmente notificado.

Alguns casos de assédio escolar entre crianças têm anuência dos próprios pais, como um envolvendo um garoto de 9 anos de Petrópolis. A mãe resolveu tirar satisfação com a criança que constantemente agredia seu filho na escola e na rua, mas o pai do outro garoto, em resposta, procurou a mãe do outro garoto chamado de "boiola" e "magrelo". Ela foi empurrada em uma galeria, atingida no rosto, jogada no chão e ainda teve uma costela fraturada. O caso registrado em um vídeo foi veiculado na internet e ganhou os principais jornais e telejornais brasileiros.

Em 2011, a 13ª Câmara Cível do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro condenou uma escola privada a pagar indenização a uma vítima de bullying.

Em 2011, o Massacre de Realengo, no qual 12 crianças morreram alvejadas por tiros, foi atribuído, por ex-estudantes da escola e ex-colegas do atirador, a uma vingança por bullying. O atirador, que se suicidou durante a tragédia, também citou o bullying como a motivação para o crime nos vídeos recuperados pela polícia durante as investigações.

Um garoto de Campo Grande (MS) do oitavo ano de ensino fundamental foi obrigado por outro garoto a passar por diversas situações vexatórias, como fazer atividades escolares e pagar lanches para ele na escola para ser poupado de agressões físicas. O caso avançou para a extorsão de dinheiro, causando à vítima a subtração de cerca de R$ 500 em em ano. O caso foi parar na 27º Promotoria da Infância e Juventude do município que apurou, por meio de ligações telefônicas, que realmente ocorria a extorsão, e a um flagrante feito pela polícia, quando o garoto daria mais R$ 50 ao agressor. Penalizado, o garoto foi submetido a ações previstas no programa contra violência e evasão escolar, o Procese, em desenvolvimento no município há dois anos. O valor subtraído foi pago pela mãe do Valentão aos pais do garoto agredido. O bullie de 13 anos foi obrigado pela promotoria a levar os pratos utilizados durante a merenda e a lavar o pátio escolar durante 3 meses, além de poder ter de frequentar um curso sobre bullying.

As informações acima foram compiladas de textos escritos por Carina Rabello, da Revista "Isto É", do blog de sergyovitro.blogspot.com,  do artigo de Maria Rita Alonso para a Revista Veja São Paulo, da página do Conselho Nacional e Justiça, do site do STJ e do Wikipédia.

Por que estou escrevendo sobre um assunto tão triste e chato quando o que mais gosto de fazer é celebrar festas, viajar e curtir meus filhos? 

Bem, sou uma mãe super presente, que acompanha todas as atividades dos meus filhos. Quando meu filho mais velho tinha 4 anos de  idade, passou a sofrer agressões físicas de um garoto da mesma classe.

Informei à escola das agressões mas nada aconteceu. Em conversa com outras mães, descobrimos que este mesmo menino batia em todas as outras crianças do grupo. Avisamos a Diretoria, que nos informou que iria apurar o caso....
O aluno continuava a bater nos demais coleguinhas, inclusive no meu filho. Quase no final do ano, um ato praticado por este garoto nos chocou: ele enfiou um lápis na testa de outra criança. Perguntado pela Direção o que sentiu ele respondeu: Triste.... porque não acertei o olho...


Novamente, presenciei este aluno empurrando outra criança do escorregador da escola e, de forma cínica, deu uma risadinha ao ver o menino no chão, machucado.

Diante da inércia da escola, eu e mais 13 mães tiramos nossos filhos daquele colégio.

Matriculei meu filho, então, em uma das mais tradicionais escolas de São Paulo. Quando fui fazer a primeira reunião com Diretora da Escola, qual não foi a minha surpresa ao encontrar a mãe do garoto, que agredia meu filho na outra escola, na sala de espera.

Quando soube que o agressor havia se matriculado na mesma escola que o meu filho, informei a Diretoria sobre o ocorrido no Colégio anterior e fiz um pedido expresso para que este aluno jamais estudasse na mesma sala do meu filho.

Depois de 5 anos, por um erro da escola, aquele aluno agressor passou a estudar na mesma sala de aula do meu filho (agora com 9 anos de idade) e, desde o início do ano, vem o agredindo moral e fisicamente. Não aguento mais ver as camisas do meu filho com marcas de tênis daquele garoto e hematomas pelo seu corpo.

Já falei, diversas vezes com a Diretoria, pedindo que transfiram o garoto de sala. Muitas promessas, reuniões, chamadas telefônicas e, até junho, nada aconteceu.

A escola se recusa, inclusive, a me informar o nome completo do garoto agressor e a fornecer um relatório das agressões, sob o argumento de que não pode por questões éticas. Qual seria esta ética que favorece o agressor em prejuízo da vítima?

Novamente, fiquei sabendo, através das crianças da escola, que outros colegas da sala também apanhavam daquele garoto.

Em sala de aula, soube pela professora da turma que, este garoto, atrapalha as aulas, porque começa a cantar quando não acha o assunto interessante, destrói o trabalho dos outros, prejudica as atividades coletivas, etc. A própria professora, em sala, no dia quando este aluno foi suspenso, porque bateu no meu filho, pediu que a classe inteira se afastasse deste garoto quando ele retornasse, que o ignorassem.

Hoje, ao buscar meu filho na aula de xadrez, vi o garoto puxando-o pela gola da camisa e o chacoalhando, em frente ao inspetor, que nada fez. O garoto somente parou quando eu, aos berros, saí do carro e mandei que parasse.

Quando mandei que parasse, o garoto colocou as mãos na cintura, me encarou nos olhos e ficou com uma cara de cínico. A  Vice Diretora da escola me disse que ele não respeita qualquer hierarquia, que levanta a voz para os pais e para a Diretoria, ou seja, ele não tem limites.

Infelizmente, estou triste e decepcionada. Terei que ingressar com uma ação judicial em face da escola, por negligência, solicitando, ainda, que me forneça todos os dados dos pais e do garoto, para que possa tomar as medidas judiciais e extrajudiciais cabíveis.

A que ponto chegamos?!? Esta história do politicamente correto´está chegando a extremos. Não aceito e não consigo mais ver meu filho sendo espancado diariamente por um colega e a escola o protegendo, sob a égide de uma ética e de normas jurídicas desconhecidas.

Acho que a maioria dos seres humanos sofre ou sofreu algum tipo de bullying e sabe que isto deixa marcas profundas. Mas tudo tem um limite. Agressões físicas diárias não são brincadeiras de crianças. O que a escola do meu filho está esperando? Que alguém pare no hospital ou algo pior aconteça para sair nos jornais?

O que mais me entristece é saber que este garoto, se eu não tomar nenhuma atitude rápida, sempre sairá impune, já que as escolas não podem enviar o histórico escolar completo, quando há transferência para outro colégio.

Este é o retrato de filhos criados sem limites, sem respeito aos adultos, que se sentem protegidos devido à fragilidade e ineficácia das instituições de ensino e a inércia dos pais.


Infelizmente, as melhores escolas de São Paulo não aceitam transferência de alunos no meio do ano letivo. Assim, não acho justo prejudicar meu filho, colocando-o em uma escola inferior, beneficiando, assim, o real culpado, que deveria ser punido.

É difícil criar os filhos no mundo de hoje. Você ensina ética, disciplina, respeito e a nunca agredir outas pessoas. Cria uma criança dócil, que não gosta de bater ou machucar pois foi educada a resolver os conflitos através do diálogo. Então, ela entra na pré-escola e encontra um garoto, de apenas 4 anos, que o espanca e o ameça diariamente, por anos, sem qualquer justificativa ou punição adequada. O que fazer? Ensinar meu filho que tem mesmo é que bater? Este é o caminho?

Cotia, 14 de junho de 2011
Não precisei processar a escola. Uma notificação extrajudicial enviada ao email do diretor e outra na agenda bastou. Falei até com a proprietária da escola e decidiram mudar o aluno problemático de sala e, até o final do ano, será avaliado se ele cotinuará ou não na escola. Enquanto isso, durante os períodos fora da sala de aula, mas ainda dentro da escola, ele será acompanhado por um inspetor e está proibido de se aproximar do meu filho.