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quinta-feira, 20 de junho de 2013

Um em cada cinco adolescentes pratica bullying no Brasil


A prática, mais comum em grupo e entre meninos, tem como vítima 7,2% dos estudantes consultados em nova pesquisa do IBGE feita com alunos do 9º ano

 

O bullying é um dos vilões da adolescência, que envolve quase 30% dos estudantes brasileiros – seja praticando ou sofrendo a violência caracterizada por agressões verbais ou físicas, intencionais, aplicadas repetidamente contra uma pessoa ou um grupo. Mas a grande maioria desse total, 20,8%, é formada por agressores. Ou seja, um em cada cinco jovens na faixa dos 13 aos 15 anos pratica bullying contra colegas no Brasil. O índice é destaque da Pesquisa Nacional de Saúde Escolar (PeNSE) 2012, divulgada nesta quarta-feira pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Foram entrevistados 109.104 alunos do 9º ano do Ensino Fundamental (antiga 8ª série), de um universo de 3.153.314, grupo no qual 86% dos integrantes estão na faixa etária citada.

Leia também: Mais da metade dos adolescentes brasileiros já provou bebida alcoólica

Os outros 7,2% são vítimas desse tipo de abuso. “A grande diferença entre os dois índices reforça a ideia de que essa é uma prática comum em grupo, geralmente, contra uma pessoa”, explica Marco Antônio de Andreazzi, gerente de Estatísticas de Saúde do IBGE. O perfil dos agressores também aponta para uma predominância masculina: 26,1% dos meninos praticam bullying, em comparação com 16% das meninas. Também são eles os que mais sofrem a agressão (7,9%), em relação a elas (6,5%).
A Pesquisa de Comportamento de Saúde em Crianças em Idade Escolar (HBSC, na sigla em inglês), feita também em 2012 em 41 países da Europa e América do Norte, mostra que a prática se torna menos frequente à medida que as vítimas ficam mais velhas: 13% dos alunos de 11 anos diziam sofrer bullying na escola, número que caiu para 12% entre os de 13 anos e para 9% entre os de 15.

 

Uma das consequências comuns dessa violência é psicológica, e leva ao descontentamento da vítima quanto à própria imagem, por exemplo. “Tanto o déficit como, principalmente, o excesso de peso, podem gerar insatisfação e até mesmo distorções em relação à forma como o próprio corpo é percebido”, destaca o estudo do IBGE. Esse é um problema que atinge principalmente as meninas. Cerca de um terço delas (31,1%) dizia estar tentando emagrecer, mas uma proporção bem menor, de 19,1%, respondeu que se achava gorda ou muito gorda. Para acelerar esse processo, 6,4% revelaram ter chegado a induzir o próprio vômito ou tomar laxantes – prática característica de distúrbios alimentares, como a bulimia. Por outro lado, entre os meninos, a prioridade era ganhar peso para 19,6% dos entrevistados, e 8,4% deles admitiram ter recorrido a medicamentos sem orientação profissional com esse objetivo.


Saúde – Na verdade, tendo ou não crises com o próprio corpo, o que a maioria desses adolescentes precisa mudar são os hábitos alimentares. Entre os entrevistados, 41,3% contaram consumir guloseimas (doces, balas, chocolates, chicletes etc.) em cinco dias da semana ou mais. Em contrapartida, somente 30,2% afirmaram comer frutas com a mesma frequência. Já o refrigerante é presença constante na vida de 33,2% deles, e os biscoitos salgados e doces para 35,1% e 32,5%, respectivamente. Também foi questionada a oferta de alimentos nas cantinas das escolas, e constatou-se que os salgados de forno estavam disponíveis para 39,2% dos estudantes, enquanto as frutas eram acessíveis a apenas 10,8%.
Além disso, a atividade física ainda não é um hábito para a maioria dos adolescentes – mesmo que, nesse quesito, esteja incluída a aula de Educação Física obrigatória no currículo escolar. Para a pesquisa, o IBGE considerou até o percurso feito entre a casa e a escola, desde que a pé ou de bicicleta, somando no total 300 minutos por semana (cerca de 1 hora por dia, durante cinco dias). Mesmo assim, 69,9% foram considerados insuficientemente ativos ou inativos e só 30,1% foram classificados como ativos. Os meninos se movimentam quase duas vezes mais do que as meninas (39,1% ante 21,8%). Mas quando o assunto é TV, nenhum deles se salva. A PeNSE 2012 mostra que 78% deles assistem a duas horas ou mais de televisão por dia, hábito considerado extremamente sedentário. “É uma atividade muito passiva, e um estímulo ao consumo de alimentos não saudáveis”, enfatiza Andreazzi.


Violência – Os jovens entrevistados pelo IBGE também falaram sobre a violência em seu cotidiano. Cerca de 6,4% deles disseram ter se envolvido em brigas com armas de fogo nos 30 dias que antecederam a pesquisa, e 7,3% com a chamada arma branca (faca, por exemplo). Em ambos os casos, os meninos tiveram uma participação maior, 8,8% e 10,1% respectivamente, quase o dobro na comparação com elas. Os estudantes de escolas públicas também se envolvem mais em brigas do que os da rede privada: 6,7% ante 4,9%, no caso das armas de fogo. A violência, muitas vezes, começa em casa. Mais de 10% desses adolescentes disseram ter sido fisicamente agredidos por um adulto de sua família. Nesse caso, o ataque às meninas é mais comum (relatado por 11,5% delas) do que aos meninos (9,6%).
O instituto também abordou a violência no trânsito. O estudo lembra que acidentes dessa natureza “constituem uma das principais causas de morte e hospitalizações de adolescentes e jovens no Brasil”. Apesar de a legislação brasileira só permitir a condução de veículos por maiores de 18 anos – e devidamente habilitados –, 27,1% desses adolescentes com idades entre 13 e 15 anos afirmaram ter o costume de dirigir um carro. Cerca de 16% dos estudantes consultados disseram não ter o costume de usar cinto de segurança e 22,9% deles admitem ter sido transportados em um veículo dirigido por alguém que havia consumido bebida alcoólica. Itens de segurança também são dispensados no caso das motos: 19,3% declararam não usar capacete.


 

Finding Kind: para acabar com o bullying entre meninas!


Campanha viaja pelos Estados Unidos para conscientizar meninas sobre a importância da gentileza


Você já deve ter visto o filme Meninas Malvadas (Mean Girls). Enquanto a trama engraçada mostra situações absurdas entre um grupo de meninas no colégio,o problema que gera as cenas tragicômicas é real e é sério. O bullying ou o assédio moral entre meninas dentro das escolas é uma realidade cruel, especialmente nos Estados Unidos.

 

Por terem passado por experiências marcantes e ruins na época da escola, que duas americanas, Lauren Parsekian e Molly Thompson criaram a Kind Campaign. Formadas em cinema, as duas resolveram viajar pelos Estados Unidos para espalhar gentileza e consciência sobre esse problema feminino. 

Durante a viagem, as duas, com a ajuda de suas mães, gravaram o documentário premiado Finding Kind. As imagens do filme mostram a realidade desse problema, que pode ter consequências sérias. No site sobre a causa, Lauren dá seu depoimento:
– A época mais difícil foi quando um grupo de amigas se virou contra mim. Eu tinha medo de ir à aula e minhas notas começaram a cair. Lutei contra a depressão e cheguei ao ponto de tentar suicídio.

Lauren e Molly, atualmente, viajam pelos Estados Unidos para ministrar palestras sobre o assunto, falar com meninas sobre gentileza e mostrar o documentário. A causa recebe o apoio de marcas como a Element, que criou uma linha de roupas da Kind Campaign.

Meninas, sejam gentis.