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quarta-feira, 28 de março de 2012

Produtor arrisca distribuição de filme sobre bullying para que jovens possam vê-lo



Weinstein contesta classificação para maiores de 17 anos 


 
Bully, o controverso documentário de Lee Hirsch e Alicia Dwyer, vai chegar às salas norte-americanas sem classificação etária. É uma posição de força do famoso produtor Harvey Weinstein, que detém os direitos do filme e quer que este possa ser visto por todos os adolescentes, nos cinemas e nas escolas. Mas a decisão torna a distribuição muito mais difícil. 



O processo arrastava-se há semanas: os responsáveis pela classificação etária de filmes nos EUA, membros da Classification and Ratings Administration, viram Bully e aplicaram-lhe um “R”; Harvey Weinstein insistiu na classificação PG-13, angariou apoiantes entre políticos, celebridades, professores e mesmo adolescentes – e recorreu da decisão. O resultado do recurso foi o mesmo: classificação “R”, por linguagem grosseira.
Isso significa que o documentário não pode ser visto por menores de 17 anos sem a companhia de adultos, ou ser exibido nas escolas. Ora, quem apoia a causa de Weinstein e Lee Hirsch considera que o público-alvo do filme é precisamente esse – os mais jovens, que devem poder ver o filme sozinhos – e que os estabelecimentos de ensino, onde o bullying é um fenómeno frequente, são espaços naturais para a sua exibição.

Onde está, afinal, o problema? Na palavra “fuck”. A maioria dos elementos da Classification and Ratings Administration entende que o seu uso viola as regras sobre linguagem para filmes com classificação PG-13. Hirsch, o realizador, responde: “A pequena quantidade do tipo de linguagem no filme que é responsável pela classificação ‘R’ está lá porque é real”.

“É o que as crianças que são vítimas de bullying enfrentam na maioria dos dias. Todos os nossos apoiantes vêem isso e estamos gratos pelo apoio que recebemos no próprio conselho. Eu sei que os miúdos virão [ver o filme], portanto é uma questão de os deixarem entrar nas salas”, continuou Lee Hirsch, citado pelo The Hollywood Reporter.

Bully vai estrear nos EUA a 30 de Março, em duas salas de Nova Iorque e três de Los Angeles. Difícil será estreá-lo em cidades onde a escolha de espaços de exibição é menor. Sobretudo os proprietários associados na National Association of Theatre Owners já disseram que vão seguir as indicações da Classification and Ratings Administration, que integra a Motion Picture Association of America, que por sua vez reúne as seis grandes produtoras de Hollywood.

A decisão de Harvey Weinstein, de exibir Bully sem classificação oficial, pode conduzir à catástrofe comercial do filme. Isto por falta de distribuição, uma vez que o documentário tem uma audiência alargada em potência. É, pelo menos, o que indicia quase meio milhão de assinaturas na petição online que exige uma classificação inferior a “R” para o filme.

O documentário acompanha a vida de vários estudantes ao longo do ano lectivo 2009-10, nos estados norte-americanos do Iowa, do Mississípi, da Geórgia e do Oklahoma, que são vítimas de bullying. Assim como a forma como as suas famílias lidam com o problema. Bullyfoca sobretudo as histórias de Tyler Long e Ty Smalley, que acabaram por se suicidar.








segunda-feira, 26 de março de 2012

Romance ‘A lista negra’ aborda o trauma e a superação de jovens que sofrem bullying na escola -


Abril. Um mês que, inevitavelmente, será sempre lembrado pelo horror de massacres ocorridos em escolas por jovens: 20 de abril de 1999, Columbine, Estados Unidos; 26 de abril de 2002, Erfurt, Alemanha; 16 de abril de 2007, Virginia Tech, também nos EUA; e 7 de abril de 2011, Realengo, Brasil. Além desses, muitos outros já ocuparam os noticiários do mundo inteiro, chocando pela violência com que jovens assassinam seus próprios colegas. É com um noticiário como esse que o romance 'A lista negra' abre suas páginas. Lançado agora no Brasil pela Editora Gutenberg, a obra Jennifer Brown é uma ficção que mergulha no mundo juvenil repleto por situações marcadas pelo bullying, preconceito e rejeição.



Essa é a história de Val e Nick. Eles são dois adolescentes que se conhecem no primeiro ano do ensino médio e se identificam de imediato. Val convive com pais ausentes, que brigam o tempo todo e só criticam suas roupas e atitudes. Nick tem uma mãe divorciada que vive em bares atrás de novos namorados. Os dois são alvo de bullying por parte de seus colegas do Colégio Garvin. Nick apanha dos atletas e Val sofre com os apelidos dados pelas meninas bonitas e populares.

Ambos compartilham suas angústias num caderno com o nome de todos e tudo que odeiam, criando um oásis, um local de fuga, um momento de desabafo, pelo menos para Val. Já Nick não encara a lista e os comentários como uma simples piada. Há alguns meses, ele abriu fogo contra vários alunos na cantina da escola. Atingida ao tentar detê-lo, Valerie também acaba salvando a vida de uma colega que a maltratava, mas é responsabilizada pela tragédia por causa da lista que ajudou a criar. A lista das pessoas e das coisas que ela e Nick odiavam. A lista que ele usou para escolher seus alvos.

Agora, depois de passar o verão reclusa, se recuperando do ferimento e do trauma, Val é forçada a enfrentar uma dura realidade ao voltar para a escola. Assombrada pela lembrança do namorado, que ainda ama, passando por problemas de relacionamento com a família, com os ex-amigos e a garota a quem salvou, Val deve enfrentar seus fantasmas e encontrar seu papel nessa história em que todos são, ao mesmo tempo, responsáveis e vítimas. 

Com um tema universal, A lista negra diz muito para quem é ou já foi adolescente, gerando uma imediata identificação com os fatos que rondam os personagens desse cativante e comovente romance.

Sobre a autora – Jennifer Brown vive na região de Kansas City, Missouri, Estados Unidos, com seu marido e seus três filhos. Quando não está escrevendo sobre assuntos sérios, Jennifer, que venceu duas vezes o Prêmio Erma Bombeck de Humor Global, é colunista do jornal Kansas City Star. A lista negra é seu romance de estreia.


Título: A lista negra
Autora: Jennifer Brown
Tradução: Claudio Blanc
Número de páginas: 272
Formato: 16 x 23 cm
Preço: R$ 37,90
ISBN: 978-85-65383-11-0

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Bullying - Autor do Blog Comportamento e Ciência é entrevistado para o jornal da Universidade Federal do Paraná (UFPA)


Recentemente fui procurado por um jornalista da Universidade Federal do Paraná para conceder uma entrevista sobre o fenômeno do Bullying e como essa pratica afeta uma criança. A matéria vai ser publicada ainda esse mês e vou trazer a vocês ela pronta.
Como as perguntas realizadas foram bem interessantes e informativas, estou disponibilizando aos leitores do blog o que foi conversado. Espero que gostem.

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1. Embora o bullying tenha se tornado um assunto de conhecimento geral, nem sempre os motivos dos agressores são conhecidos. Há algo que explique por que alguns jovens praticam esse tipo de violência?


R – Existem diversas variaveis que podem ajudar a entender essa questão. A motivação de um agressor pode ter diferentes funções. Sabemos que em muitos casos, o agressor obtem aprovação social e reconhecimento pelas agressoes no meio que está inserido e essa aprovação funciona como combustivel para que a violência seja continua e crescente. Geralmente o agressor é um individuo com baixa autoestima que encontra nas agressoes a um individuo menor ou mais fraco o reconhecimento social que não poderia ser encontrado de outra forma. Em minhas pesquisas e atendimentos, percebo que existem dois tipos de agressores. 


O primeiro tipo é o agressor ativo, aquele que pratica a violencia, a provocação e a humilhação de outro individuo. O segundo tipo e o que eu considero mais cruel são chamados de agressores passivos. Eu chamo de passivos por que não participam diretamente da violencia, mas são aqueles que dão risada das piadas, e dão o reconhecimento social ao agressor gerando um ciclo interminavel de violência. Geralmente é um grupo grande que somado ao agressor ativo, acaba se tornando um exercito que deixa a vitima mais encolhida e com mais medo de reagir às provocações. Em tese não existe uma motivação que possa ser generalizada para todos os casos, mas o reconhecimento social da violencia está presente em grande parte dos casos.


2. Os agressores geralmente possuem características em comum ou algo que os torne bullies em potencial? É possível traçar um perfil para os agressores?


R- Como disse anteriormente, os agressores geralmente são pessoas com baixa autoestima, com problemas de autoconfiança, intimidade e notóriamente tem uma capacidade de empatia muito prejudicada. Não conseguem se colocar no lugar do outro e de fato em muitos casos podem até sentir prazer com as provocações e violência. Não é possivel determinar um perfil padrão que possa ser generalizável, pois cada agressor tem uma história de vida e vai ser nessa história de vida que iremos encontrar explicações sobre a motivação dele para a violência. Embora exista uma topografia de ação parecida em todos os casos de bullying, podemos dizer que existem funções diferentes a cada um dos agressores. 


3. E quanto às vítimas, há como traçar um perfil geral?

R- As vitimas possuem algumas caracteristicas em comum. Geralmente são pessoas que possuem uma baixa assertividade e habilidades sociais prejudicadas. São calados, timidos e podem apresentar problemas mais intensos como a depressão e transtornos de ansiedade. O Bullying podem não ter ligação direta com o comportamento da vitima e sim com algum outro aspecto que ela possui. Podemos citar como exemplo, um nariz maior, uma orelha de abano, cor da pele e etinia nos casos de racismo ou outros problemas fisicos. Obviamente, não são todas as vitimas que vão apresentar as caracteristicas comportamentais ditas anteriormente, pois muitas outras variaveis influem como a resiliencia, tolerancia a frustração, capacidade de lidar com o sofrimento etc...


4. Quanto ao cyber bullying, por que esta forma é considerada mais violenta? De que forma a Internet pode "proteger" o agressor?


R- O Cyber Bullying é uma forma de violência relativamente nova que envolve a agressão e humilhação através da internet. É considerada mais violenta por que a vitima não sabe de onde está vindo o ataque e ao invés de ter um agressor, pode-se ter dezenas ou centenas de agressores. Podemos pensar também que o alcance da internet é muito grande e com isso, mais humilhações podem ser adicionadas por pessoas que estão fora do convivio social da vitima aumentando então o poder destrutivo do Bullying. 


Um efeito interessante da internet é que as vitimas de bullying tem utilizado a internet para contra atacar os seus agressores contando com o anonimato que a internet proporciona. Nesse caso, a vitima se torna agressor. O ambiente virtual protege a identidade e nesse ambiente não existe forte, fraco, tímido ou calado, pois todos tem o mesmo poder de atacar sem possibilidade de contra ataque. A vitima pode atacar um agressor muito maior se quiser e sua identidade vai ser preservada pelo anonimato. No Brasil não existe uma legislação especifica sobre Cyber Bullying, mas a justiça tem se empenhado em criar e desenvolver leis que protejam as pessoas de serem vitimizadas pela internet.


5. A Internet, por proporcionar o anonimato, tem aberto portas para que tipos de violência existentes no convívio social se estendam também para as redes sociais?


É notório que o Bullying e Cyber Bullying nos mostram algo muito maior que apenas a violência direcionada a uma vitima especifica. Mostra também que existe uma falta de dialogo entre pais e filhos, existe uma deficiencia de orientação na escola sobre valores éticos e morais e existe em nossa cultura uma permissividade inadmissivel em relação à violência. Episódios de humilhação, agressão verbal e agressão fisica se transformam em “brincadeira de criança”, pois não se tem a cultura de entender os problemas que tais “brincadeiras” causam a uma criança e posteriormente a um adulto. 


A internet através do anonimato possibilita que um nivel muito maior de crueldade seja aplicado, pois quase sempre o agressor está protegido e a vitima está bem caracterizada. Muitas vezes a agressão pela internet tras, nome, telefone, numero de documentos e endereço da vitima, alem de ser crime passivel de prisão para o agressor, ainda expoe a vitma a mais violência. O Bullying e Cyber Bullying é a ponta do iceberg para uma realidade mais assustadora, a de uma cultura dominada por controle coercitivo e aversividade.


6. O senhor diz que algumas marcas ficam para a vida toda. O que é possível fazer é um "controle de danos". Como se dá esse controle?


Algumas marcas realmente ficam por toda uma vida. Uma criança vitima de violencia vai se transformar em um adulto com sérios problemas de autoestima e de relações pessoais pobres na imensa maioria dos casos. Pode se tornar uma pessoa calada, com medo da vida, muito introvertida com habilidades sociais muito baixas. Em grande parte dos casos, transtornos de humor como a depressão e transtornos de ansiedade como síndrome do pânico, transtorno de ansiedade generalizada e até transtorno de stress pós-traumático costumam se instalar nas vitimas, levando a uma vida de intenso sofrimento com necessidade de intervenção especializada como Médicos Psiquiatras e Psicólogos.


Podemos salientar que muitos agressores na vida adulta também foram agredidos na sua infancia. Na psicologia temos um ditado que diz que “nem todo abusado se torna um abusador, mas todo abusador já foi um abusado”. Isso quer dizer que essas crianças que estão sofrendo com os maus tratos hoje, podem se tornar potenciais agressores no futuro e com isso o ciclo de violência nunca para.


O controle de danos tanto para a criança, adolescentes ou adultos que estão sendo vitimas de agressões pode ser feito em tres frentes. A primeira é a notificação da vitima ou de seus cuidadores ao local onde as agressões estão ocorrendo. Se acontece na escola, os pais devem primeiramente notificar os diretores e cobrar providencias, se for no trabalho, os supervisores ou chefes devem ser notificados e assim por diante. A segunda frente é a judicial. Caso exista agressão fisica, ameaças de morte, publicação de documentos, endereço ou fotos na internet, a policia deve ser notificada através de boletim de ocorrencia com representação ao Ministério Publico, para que o poder judiciário tome as medidas apropriadas.


A terceira frente é a da saude, como disse anteriormente, Transtornos de Humor e Transtornos de Ansiedade costumam se instalar nas vitimas e para que esses problemas sejam cuidados, é necessário um encaminhamento para tratamento psicológico e em muitas vezes o tratamento psiquiatrico com o médico.


domingo, 25 de março de 2012

O Bullying nos Cinemas



Resolvi juntar nesta postagem 2 publicações à respeito dos 'filmes sobre bullying', embora publicadas em datas distintas, pois uma completa a outra o que facilita havendo interesse na pesquisa sobre o tema.


Vamos lá..




Por: Lidiana Batista.


Dentre as várias manifestações artísticas que possuímos, o cinema é a que mais consegue atingir um número maior de pessoas independente do nível social, religião, raça ou sexo. Por ser o mais popular, em termos de acessibilidade, o cinema pode ser visto como entretenimento, fonte de reflexão ou ambos.


Sabe-se que fatos da vida real inspiram roteiristas a criarem suas películas e no caso do Bullying não é diferente, pois foram analisados dois filmes com esta temática: Tiros em Columbine de Michael Moore, 2002 e Bang, Bang! Você morreu! de Guy Ferland 2002, pelo fato de que, no primeiro trata-se de um documentário sobre o massacre ocorrido na Columbine High School, na cidade de Littleton, Colorado, e o segundo por ser baseado em uma peça homônima que mostra de forma explícita o Bullying nas escolas americanas.


O documentário do cineasta Michael Moore, lançado em 2002, investiga o que motivou dois jovens do ensino médio, Erick Harris com 18 anos e Dylan Klebold de 17 anos, a entrarem armados no colégio e assassinarem 12 estudantes, 01 professor, deixarem mais de 20 pessoas feridas e suicidarem-se em seguida. Moore investigou tão a fundo o caso que o documentário mostra de forma explícita como é fácil conseguir uma arma nos Estados Unidos e como funciona a cultura bélica americana.


No decorrer da película ele também entrevista alunos que estudavam e que presenciaram o massacre, inclusive o roqueiro Marlyn Manson, que foi considerado bode expiatório já que os dois jovens em questão ouviam suas músicas. Manson ficou dois anos sem poder ir ao estado do Colorado. Em entrevista presente no documentário, Michael Moore pergunta a Manson o que ele falaria para os estudantes de Columbine. O músico categoricamente responde: “Eu não diria nada. Eu apenas os ouviria. Coisa que certamente ninguém nunca fez.”





Moore também entrevista o criador do desenho South Park, Matt Stone que estudou na mesma escola onde ocorreu o massacre. Stone aborda os maus tratos que ele sofreu no colégio e os que os dois jovens também sofreram, pois segundo as investigações, Erick e Dylan eram constantemente humilhados e excluídos pelos colegas. Stone diz:

“Você acredita na escola e nos alunos, mas os professores, conselheiros e diretores não cooperam. Eles nos obrigam a ir bem na escola dizendo: ‘se fracassar agora, será um fracassado para sempre’. Todos chamavam Erick e Dylan de bichas. Eles pensavam: ‘ se sou bicha agora, serei para sempre’.

Quem dera alguém tivesse dito a eles: ‘Cara o colegial não é o fim. Falta um ano, um ano e meio. Você ainda vai morar sozinho’. Já na sexta série eles começam a martelar na sua cabeça: ‘Não erre, pois se errar, morrerá pobre e sozinho’. E você pensa: ‘ o que serei agora, serei para sempre’. É totalmente o contrário, muitos maus alunos se dão bem depois. Se tivessem falado com eles, isso não teria acontecido.”




É fato que Michael Moore é sensacionalista, pelo menos para mim. No entanto, o documentário é bastante pertinente para se trabalhar em sala de aula sobretudo com alunos do ensino médio




Já em Bang, Bang! Você Morreu!, dirigido por Guy Ferland de 2002, é baseado na peça homônima do escritor americano William Mastrosimone lançada em 1999, e que coincidentemente ou não, foi encenada pela primeira vez em Oregon, onze dias antes do massacre de Columbine.





O filme conta a história de Trevor Adams, um jovem estudante do ensino médio, considerado bom aluno, e que após ter sido arremessado em uma lixeira, por alguns integrantes do time de futebol americano da escola, muda seu comportamento e decide fabricar uma bomba ameaçando explodir um dos prédios da escola. Apesar da bobam ser de mentira, isso causou pânico generalizado na cidade.


Trevor passa então a ser descriminado por colegas, professores, vizinhança e até mesmo pelos pais. A única pessoa que o apoiava era o professor de cinema e tetro Sr. Duncan, que propõe aos alunos encenarem a peça “Bang, Bang! Você morreu!”. No entanto, a peça não é bem vista pela comunidade, simplesmente pelo fato de o título remeter a um ato de violência e também porque o professor queria que Trevor fosse o protagonista, ou seja, o assassino.

O que a maioria dos professores não entendia, é que o objetivo do professor era fazer com que Trevor se encontrasse no personagem e descobrisse os reais motivos que o levaram a cometer a ameaça, mas principalmente, descobrisse os reais motivos que não o permitiram com que ele fosse adiante. A comunidade em geral acreditava que Trevor ao encenar a peça, poderia efetivamente se tornar um assassino, tal qual o personagem Josh da peça.

Em uma das cenas, é mostrado aos gestores da escola um vídeo feito por Trevor em que ele diz: “um empurrãozinho diante dos outros garotos, é algo muito relevante…especialmente quando você sabe que vai acontecer todos os dias. Você fica quase aliviado quando acontece…”





Vale ressaltar que em termos técnicos, ambos os filmes não apresentam mega produções e no caso de Bang, Bang! Você morreu! Nenhuma atuação é relevante. Mas fica a dica para professores interessados em discutir o tema com os alunos, pois tanto o documentário quanto o filme, trazem reflexões que podem ser debatidas em sala de aula.


Fonte: http://cinemaeaminhapraia.com.br/2012/03/10/o-bullying-nos-cinemas/




Os 10 melhores filmes sobre Bullying





Por: Digerati



Bullying são intimidações verbais, emocionais ou físicas, intencionais e repetitivas, por parte de um indivíduo ou grupo. Os atos de violência física e/ou psicológica praticados dentro do ambiente escolar de forma intencional podem ter resultados tão trágicos que muita gente custa a acreditar na gravidade do problema. A lista abaixo é uma seleção (bem pessoal) dos melhores filmes sobre o tema. Críticas e sugestões são muito bem-vindas, afinal, discutir o assunto é importante, visto que o bullying é a principal causa de fobia escolar e precisa ser coibido imediatamente para evitar desdobramentos mais graves.


10. Carrie, A Estranha (Carrie, EUA 1976): Carrie (Sissy Spacek) é uma jovem tímida que não faz amigos por conta da mãe desequilibrada, uma fanática religiosa. Ao aceitar ir ao baile do colégio, ela cai numa armadilha preparada para ridicularizá-la em público. O que ninguém imagina é que a jovem possui poderes telecinéticos e pretende usá-los para se vingar. Este clássico dirigido por Brian De Palma fala de preconceito e bullying numa época em que a vida colegial só inspirava comédias ou romances. Engraçado perceber que o título nacional acrescentou um adjetivo que é, por si só, uma expressão de segregação!


9. Quase Um Segredo (Mean Creek, EUA 2004): Ronny Culkin faz um delicado adolescente continuamente atormentado pelo valentão da escola. Incentivado pelo irmão mais velho, decide se vingar, atraindo o moleque para uma viagem de barco onde pretende humilhá-lo. Durante o passeio, passa a enxergar seu algoz sob outra perspectiva – a de um garoto solitário que só quer um pouco de atenção – e decide cancelar o plano. Mas as coisas dão errado com consequências trágicas. Um filme instigante, repleto de sarcasmo, sensível e com ótimas atuações.


8. Bang, Bang! Você Morreu (Bang, Bang! You’re Dead, EUA 2002). Ben Foster, então com 21 anos, faz um estudante exemplar que, cansado de ser constantemente humilhado por um dos jogadores do time de futebol da escola, ameaça explodir o prédio durante o período de aulas; porém usa uma bomba de mentira. Depois do falso atentado, ele começa a ser visto com desconfiança pelos colegas, e passa a arquitetar algo realmente violento. Ao falar de preconceito, o longa mostra claramente do que um jovem é capaz quando o que se espera dele invade os preceitos morais de um grupo determinado ou de toda uma sociedade.


7. Evil, Raízes do Mal (Ondskan, Suécia 2003): Problemático jovem de 16 anos, acostumado a tratar todos com brutalidade, devido aos maus tratos de seu padastro, acaba expulso da escola pública e transferido para um prestigiado colégio privado, onde sabe que terá sua última oportunidade. O adolescente pretende mudar de vida, porém se defronta com muitas situações de injustiças e humilhações por parte dos alunos veteranos que ultrapassam os limites da ética e do bom-senso. Submeter-se ou revidar os maus tratos? Ambientado nos anos 1950, um obra perturbadora e inquietante que também fala de impunidade.


6. Ben X – A Fase Final (Ben X, Bélgica 2007): Diagnosticado com Síndrome de Asperger (um Autismo mais leve), Ben é um adolescente com extrema dificuldade de socialização e comunicação. Para escapar da agressão dos colegas de classe, ele refugia-se em Archlord, um game jogado por milhares de pessoas online, cada qual operando um personagem num mundo virtual. A partir do momento em que a opressão leva Ben ao limite, a linha entre a fantasia e a realidade começa a se tornar perigosamente escorregadia. Um filme tocante e inovador, supostamente baseado em um episódio real.


5. Bully (Bully, EUA 2001): Bobby (Nick Stahl) é um valentão que vive abusando fisicamente dos colegas da escola. Cansados de sua atitude, eles se juntam e decidem lhe dar uma lição, atraindo-o até um pântano e espancando-o até a morte. O ocorrido provoca reações distintas na comunidade em que vivem, que vão do choque pela brutalidade do assassinato até mesmo a sensação de que Bobby recebeu o que merecia. Baseado em fatos verídicos, trata-se de um filme chocante, dirigido pelo polêmico Larry Clark (Kids), especializado em retratar o ócio e a banalidade da violência na juventude americana.


4. Bullying – Provocações Sem Limites (Bullying, Espanha 2009): Órfão de pai, Jordi é um jovem educado, bom aluno e talentoso jogador de basquete que, ao se mudar para uma nova escola em Barcelona, desperta raiva e inveja de um bullie e seu grupo. Humilhações e espancamentos tornam-se parte de sua vida. Jordi guarda silêncio enquanto a violência se intensifica, envolvendo-se cada vez mais no perigoso e sádico jogo psicológico do seu agressor. Um longa angustiante que mostra de maneira severa e chocante a realidade dos que sofrem Bullying e a importância de se denunciar essa prática.


3. Elefante (Elephant, EUA 2003): Numa escola secundária de Porland, estado do Oregon, a maior parte dos estudantes está engajada em atividades cotidianas. Enquanto isso, dois alunos esperam, em casa, a chegada de uma metralhadora semi-automática com altíssimo poder de fogo. Munidos de várias armas que vinham colecionando, partem para a escola, onde serão protagonistas de um verdadeiro banho de sangue. Inspirado no triste ocorrido em abril de 1999, quando dois adolescentes mataram 14 estudantes e um professor na Columbine High School.


2. Meu Melhor Inimigo (Min Bedste Fjende, Dinamarca 2010): Cansado de ser humilhado pelos garotos da escola, Alf decide tomar medidas contra aqueles que o atormentam. Alia-se a outro colega também vítima de bullying e, juntos, inspirados nas lutas de Niccolo, herói de uma revista em quadrinhos, firmam um pacto secreto para se vingar dos valentões da turma. Tudo parece ir de acordo com o plano, até que Alf percebe que virar a mesa contra seus algozes, tem suas consequências. Impactante e triste filme dinamarquês que nos faz refletir sobre nossos atos e este mundo tão cruel.


1. A Classe (Klass, Estônia 2007): Joosep é um adolescente tímido e sensível que virou saco de pancadas do valentão Anders e sua turma. Diariamente, Joosep é submetido a longas sessões de tortura física e psicológica. A situação piora quando Kaspar, um dos moleques que marcava posição contra Joosep, muda sua conduta e passa a protegê-lo. Sentindo sua liderança ameaçada, Anders decide tornar Kaspar vítima tambem das mesmas atrocidades. Produzido num país sem muita tradição cinematográfica, o filme é um verdadeiro soco no estômago, feito propositadamente para chocar. A princípio, pode soar sensacionalista, mas está mais para um ALERTA e dificilmente vai deixar indiferente quem o assistir.


quarta-feira, 21 de março de 2012

Se você é estudante e foi vítima de bullying homofóbico, denuncie!!





A especialista em “bullying” alerta: “O pior é que os pais são cúmplices dos filhos agressores”


Vítima de bullying: vergonha, humilhação e solidão (Foto: Thinkstock) 


“O pior é que os pais são cúmplices”

A escritora americana especialista em bullying diz que crianças e adolescentes que agridem e humilham colegas são acobertados em casa — e que as escolas em geral se omitem

Faixa-preta no caratê, a americana Rosalind Wiseman dava aulas de defesa pessoal para garotas em Washington, capital dos Estados Unidos, quando se impressionou com as conversas das adolescentes sobre os constantes abusos físicos e psicológicos que sofriam ou infligiam a colegas na escola, o bullying.

Interessou-se pelo assunto, aprofundou as conversas e hoje é uma das maiores especialistas nesse triste fenômeno. Em 2002, escreveu Queen Bees and Wannabes (Abelhas-Rainhas e Aspirantes, em tradução literal), um guia para pais, educadores e alunos sobre como lidar com a crueldade com que as meninas populares da escola (as “abelhas-rainhas”) tratam as colegas que aspiram a ser como elas.

Best-seller instantâneo, o livro serviu de base para o enredo do filmeMeninas Malvadas.

Aos 42 anos, mãe de dois filhos, Rosalind, formada em ciência política, dedica-se a escrever livros e colunas e a dar palestras em que expõe, com exemplos muito concretos e didáticos, a prática do bullying e ensina a prevenir e atenuar seus efeitos.

Preparando-se para sua primeira viagem ao Brasil — onde faria palestras na Escola Americana, em São Paulo, entre os dias 12 e 14 passados —, ela falou a VEJA.


O bullying está fugindo ao controle dos pais e das escolas?

Conflitos em que ocorre abuso de poder e força para demarcar território são tão antigos quanto a própria espécie humana. Não estamos, portanto, diante de um fenômeno moderno, como alguns apregoam.

Por outro lado, há, sim, certos aspectos da sociedade em que vivemos que conferem ao bullying feições particularmente cruéis, e é isso que o torna mais difícil de ser controlado. A principal mudança está na internet, com a qual a atual geração de crianças e adolescentes mantém uma relação quase que visceral.

É justamente ali, onde constroem sua identidade e seus laços de amizade, que eles começam a se ver alvo de humilhações capazes de se difundir por toda a escola em questão de horas. O problema passa a ganhar uma escala que nunca teve antes, enchendo a vítima de vergonha, solidão e medo.

Os pais e os educadores, por sua vez, são frequentemente tomados de um sentimento de profunda impotência que os mantém paralisados.


Rosalind Wiseman: os abusos contra crianças e adolescentes na escola já começam na internet (Foto: VEJA)


A senhora está dizendo que as escolas não estão sabendo lidar com os casos de bullying?

Minha experiência mostra que a maioria não encara esse problema como sendo também seu, prova de uma visão ainda antiquada sobre a educação.

Nos últimos anos, a internet demoliu certas fronteiras físicas de forma avassaladora, como a que separava a casa da escola, mas muitos educadores continuam alheios a isso. Eles se esquivam de suas responsabilidades, limitando-se a dizer apenas que “o caso não aconteceu dentro da sala de aula, me desculpe, estamos de mãos atadas”.

Pois, ao ignorarem a questão, dão sinal verde para que os agressores sigam adiante, seguros, e com razão, de que não serão punidos. Aqueles que são alvo das intimidações passam a odiar profundamente o colégio, onde não recebem o mais básico: segurança.

Ouço muito nas escolas que elas estão, sim, em plena cruzada de combate ao bullying. Mas isso não costuma se traduzir em nada verdadeiramente efetivo. Toda essa discussão acaba por chamar atenção para uma enorme fragilidade que vejo na instituição escolar, nos Estados Unidos e em outros países.


A que fragilidade a senhora se refere?

Várias escolas até tentam, mas não conseguem garantir um ambiente minimamente favorável ao aprendizado. Isso porque uma turma de educadores está se furtando à tarefa fundamental de estabelecer regras de bom convívio, divulgá-las a todos e fazê-las cumprir com rigor, castigando, em alguma medida, aqueles que as infrinjam. É preciso de uma vez por todas inverter a lógica segundo a qual são os jovens que estão no comando. O problema, evidentemente, não se restringe ao ambiente escolar. Ele começa em casa. Só que muitos pais preferem manter-se cegos a agir como deveriam.


É um traço típico dessa geração de pais?

No grau em que se manifesta, sim. Enxergo um aspecto positivo na atual geração, que vive em busca de relações mais abertas, francas e afetivas com seus filhos. Querem contrapor-se aos próprios pais, bem mais distantes e rígidos.

Os problemas começam quando essa tentativa de estabelecer um laço mais autêntico resvala para uma situação completamente absurda em que por nada no mundo a criança pode ser contrariada ou se sentir minimamente desapontada. O que preocupa aí é a dificuldade de enxergar as nuances entre a tirania e a amizade.

Em muitos dos lares, por assim dizer, modernos, no lugar de noções básicas de hierarquia e limites, o que as crianças e adolescentes acabam obtendo dos pais é apoio incondicional, quando não conivência — inclusive para com os maus modos e os eventuais episódios de agressão que protagonizam fora de casa.


A dificuldade em impor limites aos filhos é um problema (Foto: ThinkStock)


Os próprios pais acabam sendo condescendentes com obullying?

Exatamente isso. Existe um grupo, e com certeza não é pequeno, de pais que se arvoram em defesa dos filhos incondicionalmente, qualquer que seja a situação, ainda que às vezes não tomem consciência disso.


Alguns até bradam: “Quem se meter com meu filho está se metendo comigo também”.

É um instinto de proteção cego, irracional. Mesmo alertados pela escola e por outros pais, eles se recusam a ver e a ouvir o óbvio. Estão se furtando assim à tarefa de dar uma boa educação aos filhos.


Como deveriam agir nesses casos?

Como adultos. Eles devem não só assumir como enfatizar o problema, advertindo a criança, punindo-a prontamente quando preciso e procurando a escola, se esse for o caso. É básico, mas não tão comum. Vou além na crítica que faço. Muitos pais acabam não apenas agindo como cúmplices juvenis de seus filhos como também dando o mau exemplo em casa. Depois de tantos anos nesse campo, estou convencida de que tratar mal o outro, tentando se sobrepor à base da força e do medo, não é apenas um instituto humano, mas também um comportamento cultivado e assimilado socialmente.


Como isso ocorre?

Não é tão óbvio, mas sutil. Observando as famílias das crianças que costumam liderar o bullying, descobri um padrão comum à maioria. Em geral, elas vêm de ambientes em que os próprios pais não lidam bem com as diferenças. Costumam supervalorizar características físicas e psicológicas universalmente aceitas e desconfiar de quem destoa delas.

Eles reforçam, por exemplo, o ideal de magreza que tanto preocupa as crianças e adolescentes de hoje — inclusive os magros que querem ficar cada vez mais esbeltos. É curioso que esse tipo de manifestação preconceituosa aparece até mesmo naquelas famílias de gente muito lúcida, de forma quase invisível.

Mas a mensagem está lá. O bullying nada mais é do que uma demonstração exacerbada da aversão às diferenças. Escuto muito pais criticando uns aos outros. É como um esporte nacional. Está claro que falta um olhar mais realista sobre si próprios.


O que a família pode fazer para ajudar os filhos quando eles é que se tornam o alvo das agressões?

No afã de vê-los aceitos socialmente, são justamente os pais que muitas vezes os incentivam a tomar parte de grupos que, acreditam, podem lhes conferir status. Para tentar se integrar, a criança passa a bajular os que têm mais poder e prestígio na turma, mesmo sendo alvo de chacotas e humilhações. Os pais devem incentivar os filhos a cortar esse laço, no lugar de lutar por ele desesperadamente.

É um primeiro passo para resgatar a autoestima, destroçada nesses casos. O bullying costuma impingir um sofrimento solitário e silencioso. A criança passa a isolar-se e a odiar a escola. A situação demanda sensibilidade dos adultos para perceber o que está se passando a sua volta e romper o silêncio.


Por que elegeu o universo feminino como campo de estudo de seu primeiro livro sobre o assunto?

As meninas podem ser mais cruéis entre si do que os garotos.

Elas têm uma compreensão muito clara sobre como a outra se sente e, com isso, conseguem ferir-se com requintes de maldade. Na adolescência, criam uma severa hierarquia no grupo, pautada por aquilo que vestem e possuem e também pela maneira como se expressam e se posicionam.

São regras invisíveis, que se fazem perceber da pior forma possível — quando alguém as quebra e é punido por isso. As meninas se policiam umas às outras o tempo todo e costumam ser implacáveis com quem transgride. Praticam uma agressão de fundo mais psicológico, mas profundamente dolorosa, segundo relatos que venho colhendo ao longo desses anos de trabalho nas escolas.

Muitas pessoas ainda se espantam quando trato dessas coisas. Preferem trilhar o caminho mais fácil, o do politicamente correto, a falar abertamente e ajudar.




Meninas podem ser bem cruéis, diz Wiseman (Foto: Divulgação)


Há uma idade em que as crueldades são mais comuns?

Demonstrações de crueldade não têm idade para vir à tona. Elas podem surgir bem cedo, restando aos pais a dura e inadiável missão de encará-las.


É natural que a maioria prefira vir à luz festejar os avanços ou os grandes feitos de sua prole. Mas, às vezes, o assunto é muito mais complicado e menos prazeroso.

Não quer dizer aí que os pais tenham fracassado em seu papel de educar. Fujo desses dogmas. Mas lhes cabe uma óbvia reflexão sobre se os incentivos que estão dando em casa têm sido os mais apropriados.


Qual é a sua resposta a esse dilema?

Existe uma moda por aí da qual discordo com veemência. As crianças e adolescentes estão recebendo estímulos para parecer mais velhos do que são, mas, infelizmente, não mais maduros.

Não é só a roupa, ou o batom, mas a maneira como se portam e agem. Sinto uma angústia ao observar como se abreviam a infância e a própria adolescência em nome de ideias profundamente vazias na essência. Ao resvalar para isso, a lição crucial da tolerância diante das diferenças fica de lado.

Nesse caldo equivocado de cultura, não espanta que o bullying se perpetue entre os jovens.

Evidentemente que não é só a família que provê os incentivos equivocados, embora, de novo, ela tenha uma contribuição decisiva. Muitas vezes, são os pais que transformam os filhos naquilo que costumo chamar de “mininarcisos”, com a vaidade exacerbada e em permanente culto a si mesmos.

O adolescente recebe hoje o maior de todos os privilégios da vida adulta — a liberdade — mas nenhuma das obrigações que vêm com a idade madura.


Falta também impor limites no uso de tecnologias?

Sim. Sou uma entusiasta da internet, mas acho que, se não for bem usada, pode incentivar o vazio intelectual mais do que criar gente curiosa e pronta para refletir sobre o mundo em que vivemos.


Por isso, especialmente no caso das crianças mais novas, o acesso à rede deve ser feito com orientação em casa. Navegar de forma produtiva, sem correr riscos desnecessários e extraindo o melhor da web, é um aprendizado.

Tenho chamado muito a atenção de pais e educadores para a facilidade com que as crianças conquistam hoje artigos como tablets e celulares. Perdem e ganham um novo na mesma hora. É como se fosse um direito. Mas não deve ser assim. Estamos diante de um privilégio, e dos bons.


Essa é a ideia que deve ser pavimentada.



Um conselho: o uso da internet deve ser monitorado e acompanhado (Foto: Divulgação) 


Ainda que não reflita a realidade, o sentimento de dever não cumprido por parte dos pais é uma constante. Como combatê-lo?

Antes de tudo, sou uma defensora de que essa atual geração se liberte da eterna culpa que a acompanha.

Os pais têm culpa porque se divorciaram ou porque trabalham demais. Culpa porque querem manter uma vida própria e independente das questões maternas ou paternas. E culpa ainda porque às vezes, como são humanos, sentem raiva dos filhos quando eles se comportam mal ou os envergonham.

Justamente movidos por esse sentimento de que não estão suprindo as necessidades dos filhos à altura de suas gigantescas expectativas como pais, acabam fazendo concessões muito além da conta.

(Entrevista a Monica Weinberg publicada em VEJA de 29 de fevereiro de 2012)






quinta-feira, 15 de março de 2012

Combatendo o bullying na escola






INTRODUÇÃO

Forma o corpo deste material, uma seleção de textos e sugestões para aprofundamento do estudo, que permite a docentes e discentes, aproximarem-se do tema bullying e principiar uma discussão sobre esse fenômeno social.

Ao encararmos as relações humanas, de convívio ideológico, político, emocional, cultural, etc., e suas complexidades, principalmente se levamos em conta que cada pessoa carrega dentro de si, uma quantidade diversa de referências e modelos de vida e pensamento; relações essas, utilizadas na construção de nossa sociedade, não há como se distanciar das questões relacionadas ao respeito a outrem.

As relações sociais surgidas no universo escolar estruturam cultural e historicamente, momentos (educativos ou não) de vivência significativa para a maioria das pessoas que utilizam esse espaço. No entanto, muitas dessas relações, dão mostras de uma convivência nem sempre tão pacífica como era de se esperar em um local de troca de experiências e de crescimento do ser humano e formação dos cidadãos.

Um grande avanço nas relações e na participação dos estudantes em decisões importantes para a escola, pode ser alcançado com o desenvolvimento do trabalho em busca da compreensão sobre o bullying, entretanto, ainda há muito que se buscar, como a inclusão de medidas preventivas regulamentares nos regimentos internos escolares sobre a prática e os praticantes de bullying.


OBJETIVOS GERAIS

Sensibilizar os adolescentes sobre o bullying, abordando as diferentes formas e as consequências, de modo a torná-los mais responsável nas suas atitudes nesse contexto.


OBJETIVOS ESPECÍFICOS

Desenvolver uma melhor comunicação entre pais, filhos e professores sobre o tema;
Abordar os diversos tipos de efeitos do bullying;
Informar sobre as características dos diferentes intervenientes no bullying;
Informar sobre o que a comunidade escolar pode fazer para combater o Bullying.


PÚBLICO ALVO

Alunos que frequentam do 6º ao 9º ano.
 

EFEITOS A PRODUZIR

Elucidar os alunos a não usarem a violência;
Mostrar que as diferenças existem, estão presentes no mundo à nossa volta e que temos que aceitar as pessoas como elas são;
Clarificar a ideia das várias formas de violência;
Diminuir a agressão física, psicológica e verbal no espaço escolar.


MATERIAL UTILIZADO 

Apresentação em multimídias;
Folders alusivos ao tema;
Revistas e jornais que vinculam sobre o tema;
Vídeos sobre o tema;
Textos para leitura em sala;
Filme “Para Salvar uma Vida”.  





A seguir, baixe os textos que podem ser trabalhados em sala de aula: 

Brincadeiras perversas

Ciberbullying – perigo anônimo

Mitos que sustentam a continuidade do fenômeno




As consequências do fenômeno Bullying


CONSEQUÊNCIAS PARA AS VÍTIMAS  

Aprendizagem

- déficit de concentração-desenvolvimento ou agravamento das Síndromes de aprendizagem
- queda do rendimento escolar
- absenteísmo
- desinteresse pela escola
- reprovação
- evasão escolar

Emocionais

- queda da autoestima
- baixa resistência imunológica;
- estresse pós-traumático, fobia escolar e social;
- transtornos mentais;
- depressão;
- pensamentos de vingança e de suicídio;
-agressividade, impulsividade, hiperatividade;
- uso de substâncias químicas.


CONSEQUÊNCIAS PARA OS AGRESSORES  

- distanciamento dos objetivos escolares;
- dificuldade de adaptação às regras escolares e sociais;
- supervalorização da conduta violenta, como forma de obtenção de poder;
- consolidação de condutas autoritárias e abusivas;
- desenvolvimento de futuras condutas delituosas;
- manifestação de condutas agressivas e violentas na vida adulta, como o assédio moral e a violência doméstica.


CONSEQUÊNCIAS PARA OS ESPECTADORES 

- ansiedade, insegurança, aflição, tensão, irritabilidade;
- medo de se tornar a “próxima vítima”;
- prejuízos no processo de aprendizagem e socialização;
- desenvolvimento de atitudes de conivência, intolerância, desrespeito, individualismo e dificuldade de empatia.


                                (Imagem: Paula Lobo)



Como proporcionar um ambiente saudável na escola

  • Esclarecer o que é bullying;
  • Avisar que a prática não é tolerada;
  • Conversar com os alunos e escutar atentamente as reclamações e sugestões;
  • Estimular os estudantes a informar os casos;
  • Reconhecer e valorizar as atitudes dos alunos no combate ao problema;
  • Identificar possíveis agressores e vitimas;
  • Acompanhar o desenvolvimento de cada um;
  • Criar, com os estudantes, regras de disciplina para a classe em coerência com o regime escolar;
  • Estimular lideranças positivas entre os alunos, prevenindo futuros casos;
  • Interferir indiretamente nos grupos o quanto antes, para quebrar a prática de bullying;
  • Prestar atenção nos mais tímidos e calados. Geralmente as vitimas se retraem.


“Homens e mulheres, ao longo da história, vimo-nos tornando pessoas deveras especiais: inventamos a possibilidade de nos libertar na medida em que nos tornamos capazes de nos perceber como seres inconclusos, limitados, condicionados, históricos. Percebendo, sobretudo, também, que a pura percepção da inconclusão, da limitação, da possibilidade, não basta. É preciso juntar a ela a luta política pela transformação do mundo. A libertação dos indivíduos só ganha profunda significação quando se alcança a transformação da sociedade”. (FREIRE, 2008. p.100)

REFERÊNCIAS

ARGAMENON, R; RIZEK, B.; ALVES, J. Bullying: brincadeiras que ferem. Disponível em: <
FANTE, Cleo. Fenômeno bullying: Como prevenir a violência nas escolas e educar para a paz. Campinas: Ed.Artmed, 2005.
FANTE, Cleo; PEDRA, J. A. Bullying escolar: perguntas e respostas. Porto Alegre: Artmed, 2008.
FREIRE, Paulo. Pedagogia da esperança: um reencontro com a pedagogia do oprimido. 13. ed. São Paulo: Paz e Terra, 2008.
LOPES NETO, A. A. Bullying - comportamento agressivo entre estudantes. Disponível em:
http://www.scielo.br/pdf/jped/v81n5s0/v81n5Sa06.pdf>. Acesso em 02 dez. 2008.
SZYMANSKY, M. L.; GONÇALVES, J. P.; DAMKE, A. S.; KLIEMANN, M. P. O bullying no contextoescolar: a omissão da escola. Disponível em: . Acesso em: 02 dezembro 2008.


Fonte:
http://www.educacaoadventista.org.br/educadores/sugestoes-de-projetos/954/combatendo-o-bullying-na-escola.html