Dilma Ferreira é leitora assídua do Portal, muito participativa e gentilmente nos enviou um trabalho seu, pelo qual, agradecemos.
Convidada a postar um comentário sobre o assunto, a autora coloca à disposição dos usuários do Portal os estudos que realizou sobre o tema, abordado na capacitação de Gestores Escolares da Secretaria de Estado de Educação de Minas Gerais.
O Bullying (palavra que pode ser traduzida do Inglês como “intimidar”, “amedrontar”) é um problema mundial que pode ocorrer em qualquer contexto no qual as pessoas interajam, tais como escola, família, grupos sociais ou até mesmo no trabalho. Não se trata de uma prática essencialmente nova no contexto escolar. Todas as crianças e adolescentes expostos a uma convivência contínua. estão sujeitos a passar por esta situação. Para a Psiquiatra Ana Beatriz Barbosa Silva,o bullying ocorre em todas as escolas”. Sem exceção. Pesquisas indicam que 5% a 35% das crianças em idade escolar já se envolveram em bullying, somando vítimas e agressores. A maior parte das vítimas (69% delas) tem entre 12 e 14 anos.
Reconhecidamente, algumas escolas admitem que têm um problema e veem envidando esforços no sentido de prevenir ou de minimizar essa experiência e afastar as agressões do cotidiano escolar. Tais agressões, afirma a Psiquiatra, são caracterizadas por ‘brincadeiras’ que ocultam atos de perversidade, até mesmo de violência quando ultrapassam os limites suportáveis de qualquer pessoa.
Segundo ela, no bullying, o assédio é intencional e repetitivo, dentro e fora dos muros da escola. “Qualquer coisa que fuja ao padrão imposto por um determinado grupo pode deflagrar o processo de escolha da vítima do bullying”. As vítimas costumam ser tímidas, inseguras e fogem ao padrão do restante da turma, seja pela aparência física (cor, altura, peso), pelo comportamento (melhor desempenho na escola, por exemplo). Essa prática pode ser verbal (insultos, xingamentos, apelidos pejorativos), físico, psicológico (humilhações, exclusão e perseguições) e mesmo sexual, com insinuações e abusos.
No livro intitulado “Bullying – Mentes Perigosas, nas Escolas” (Ed. FONTANAR), a Psiquiatra aponta algumas das doenças identificadas como resultado desses relacionamentos, como angústia, ansiedade, transtorno do pânico, depressão, anorexia e bulimia, além de fobia escolar e dificuldades de socialização.
A busca pela solução, sob o ponto de vista pedagógico, é uma responsabilidade coletiva que envolve inclusive a participação dos pais das crianças e adolescentes.
O reconhecimento dos sinais de mudanças de comportamento pode dar início à identificação de vítimas do bullying. O diálogo aberto com os envolvidos constitui um argumento favorável à solução do problema. Neste caso, deve resgatar princípios de convivência saudável e valores éticos, os quais envolvem a tolerância e o respeito.
A prevenção parece ser o meio mais eficaz ao alcance das escolas. Também envolve o diálogo e o desenvolvimento de ações capazes de construir relações de respeito mútuo e de promover a educação do olhar sobre o outro, sobre as diferenças e os limites de cada pessoa.
Dilma Aparecida Ferreira é graduada em Pedagogia, Analista Educacional da Secretaria de Estado de Educação de Minas Gerais, na qual atuou como Colaboradora do Programa de Capacitação de Gestores (PROGESTÃO) e Coordenadora do Programa Estruturador do Governo de Estado, o TRAVESSIA, na Área de Resultados: Educação Básica de Qualidade.
FONTE: http://www.jaguaracu.net/2011/06/portal-educao-bullying-nas-escolas-dilma-ferreira/
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