Bullying, drogas, indisciplina e outros atos de violência. Triste realidade cada vez mais presente nas escolas, um ambiente onde deveria prevalecer a ordem, o respeito e a educação para a formação de cidadãos comprometidos com seus direitos e deveres em sociedade. No Brasil o grande desafio do governo com a educação é criar mecanismos de repressão a esses atos, principalmente no que tange ao bullying. Esse termo de origem americana, é utilizado para descrever atos de violência física ou psicológica, intencionais e repetidos, praticados por um indivíduo ou grupo de pessoas com o objetivo de intimidar ou agredir outro indivíduo (ou grupo de indivíduos) incapaz(es) de se defender.
Em Campo Mourão o Núcleo Regional de Educação (NRE) leva a sério o assunto, promovendo e incentivando todo tipo de atividade que as escolas julgam importantes para incutir no aluno os valores morais e sociais. No total, o NRE de Campo Mourão responde por 62 escolas de 16 municípios da Comcam. “Todas essas escolas fazem algum tipo de trabalho de combate a violência, dando ênfase ao bullying e ao racismo”, comenta Consuelo Luiza Lucas, assessora de comunicação do NRE.
A preocupação com as drogas existe, mas a repressão acontece por meio de palestras e orientações junto aos pais e responsáveis. Isso na parte interna, pois do lado de fora dos portões a Polícia Militar mantém a patrulha escolar, presente a qualquer hora do dia em que for solicitada pela direção da escola. “Seria demagogia dizer que a droga não existe em nosso ambiente escolar. Claro que um ou outro caso pode existir, mas seguramente na nossa região estamos trabalhando com muita tranqüilidade, pois não temos registrado casos de entorpecente entre os alunos”, assegura.
Essa condição de segurança repassada por Consuelo já pode ser o reflexo das diversas palestras e trabalho preventivo nas escolas. “Esse trabalho de prevenção envolve pedagogos, direção da escola, patrulha escolar e as APMFs (Associação de Pais, Mestres e Funcionários). São várias ações preventivas no sentido de se evitar que situações problemáticas venham a acontecer no ambiente escolar”, conclui.
Grande lição
Duas escolas estaduais da região tomaram frente nessa batalha e se tornaram exemplo a ser seguido. São os colégios Campina da Lagoa, de Campina da Lagoa e o João XXIII, de Mamborê. A diretora auxiliar do João XXIII, Gilsamara Tiburcio Krauze fala sobre os métodos que mudaram o comportamento do corpo discente da escola e até aliviaram os serviços do Conselho Tutelar. “Não foi preciso muito. O que estamos fazendo é reunir os pais uma vez por mês na escola para discutir sobre vários assuntos, incluindo a questão da violência e o que podemos fazer para melhorar a segurança. No último encontro, o tema foi bullying”, destaca ela, lembrando que o tema do encontro foi um pedido dos próprios pais.
Além disso, o colégio já formou grupos de canto e teatro, os quais contribuem com apresentações que incentivam o combate a todo tipo de violência e indisciplina. “O grupo de teatro Anjos Seresteiros existe há oito anos e desenvolve atividades em sala de aula relacionadas a essa questão, assim como o grupo de canto. E tem dado resultado, pois nem as paredes do colégio são pichadas mais. Ou seja, passaram a entender também a importância de se preservar o patrimônio público. Aprendendo esses valores na escola, eles também não vão promover atos de vandalismo na rua. O Conselho Tutelar e a Polícia Militar raramente são chamados em nossa escola. Claro que também temos problema, como a evasão escolar, por exemplo, mas nada comparado a outros colégios que conhecemos”, orgulha-se.
O Colégio Estadual Campina da Lagoa é outro que desenvolve projetos concretos visando socializar os conteúdos escolares e a formação de valores nos alunos. Dentre os projetos três se destacam quando falamos de violência: Projeto - S.O.S. (Sugerindo, Organizando e Superando), onde todos os dias na primeira aula os alunos param os conteúdos da disciplina e vão discutir temas voltados para “Valores”, lendo pequenas histórias sobre amor, respeito ao próximo, ética e diversidade cultural, social, sexual e religiosa. A discussão tem a participação do professor presente em sala de aula.
Outro projeto destacado pela diretora Claudete Dias dos Santos é o “Vigilantes da Escola”. Esse projeto envolve cada dia uma turma, que em cada período fica responsável em vigiar e proteger os demais alunos. “As atividades por eles desenvolvidas são a fiscalização do destino correto do lixo produzido pelos alunos, observar e intervir em casos de brigas e zelar pelo bom andamento do recreio”, conta a diretora.
Por fim vem o projeto “Conhecimento e Combate ao Bullying”, desenvolvido pelos alunos do curso de Formação de Docentes nas escolas municipais através de contação de histórias, folders e palestras sobre o tema. Todos os projetos desenvolvidos são coordenados pela direção, equipe pedagógica e principalmente pelos professores da escola. “Estamos tendo resultados positivos com estes projetos, pois nossos alunos demonstram mais preocupação com os demais estudantes e a escola. Fazem de tudo para colaborar e o número de ocorrências de brigas e indisciplina diminuíram muito”, comemora Claudete.
Fonte: http://www.tribunadointerior.com.br/educacao/noticias/4896/?noticia=escolas-apostam-em-acoes-preventivas
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