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quarta-feira, 29 de junho de 2011

Como evitar o assédio moral digital?

Para se prevenir contra processos que possam prejudicar a imagem da empresa, a melhor solução é adotar uma rigorosa conduta do uso de todos os recursos da rede

 


Conversar com funcionários em chats instantâneos, enviar feedbacks por e-mail e encontrar possíveis clientes nas redes sociais: não resta dúvida de que a internet é uma poderosa aliada para empresários e seus colaboradores. Segundo a última pesquisa do Centro de Estudos sobre Tecnologia da Informação e da Comunicação, 93% das empresas brasileiras usam a rede.Mas é preciso cuidado. O uso indiscriminado pode abrir espaço para abusos, como excesso de intimidade nas conversas, uso de palavras agressivas ou visitas a sites inadequados. Levadas às últimas consequências, essas atitudes podem fazer com que a empresa seja alvo de um processo por assédio moral digital. O conceito é novo: uma ação repetitiva e prolongada, dentro do ambiente eletrônico, capaz de expor a vítima a situações constrangedoras. “Trata-se de um desdobramento do conceito de assédio moral”, diz Antonio Carlos Bratefixe Jr., advogado trabalhista da Crivelli Advogados Associados. Diante do assédio on-line, o trabalhador pode se sentir amedrontado e envergonhado. “Isso gera problemas psicológicos capazes de afetar a sua vida pessoal e profissional”, diz Luciana Fabri Mazza, do escritório Mazza e Manente de Almeida Advogados. “É essencial definir uma cartilha sobre a política ideal de uso da web para evitar complicações”, afirma Bratefixe. Com o auxílio de consultores jurídicos e professores, a revista Pequenas Empresas & Grandes Negócios elaborou um guia com os sete erros que podem colocar a empresa em risco. 

 1. VISITA A SITES PORNOGRÁFICOS
O uso de sites inadequados no ambiente profissional é uma falta bastante comum. Por isso mesmo, é necessário criar uma cartilha definindo as regras de navegação pelas plataformas digitais. É importante determinar quais endereços podem ser acessados e como será a utilização de redes sociais, e-mails e mensagens instantâneas. “Isso mostrará aos funcionários que a internet nada mais é do que uma ferramenta de trabalho”, diz Renato Opice Blum, especialista em direito eletrônico. Para que as normas sejam seguidas, invista em palestras e treinamentos. 

 2. EXCESSO DE INFORMALIDADE NOS E-MAILS PROFISSIONAIS
Definir a linguagem que deve ser usada nesse canal e controlar o conteúdo desse material são atitudes que ajudam a afastar problemas. “O e-mail é uma carta formal e por isso devem-se evitar abreviações, ‘beijos’, apelidos e pontos de exclamação, por exemplo”, afirma Patrícia Peck, especialista em direito digital corporativo. “É interessante também que os gestores sejam sempre copiados quando um e-mail for enviado”, completa. 

 3. USO INDEVIDO DAS MENSAGENS INSTANTÂNEAS
Digitar frases em negrito, com letras maiúsculas, cores berrantes ou com ‘emoticons’ pode transformar o sentido da mensagem e gerar interpretações equivocadas. Segundo os especialistas, a empresa deve se assegurar de que a plataforma sirva apenas a objetivos profissionais. Eles aconselham ainda aos gestores que garantam o acesso a todos os seus subordinados. “Excluir ou bloquear algum contato pode gerar descontentamento”, diz Carlos Affonso Machado, coordenador do Centro de Tecnologia e Sociedade da FGV Direito Rio. 

 4. BRONCA ELETRÔNICA
Criticar abertamente um funcionário por meio dos suportes virtuais pode gerar constrangimento e humilhação. Isso porque, nesse tipo de comunicação, qualquer tipo de contato visual ou auditivo é perdido, o que facilita mal-entendidos. Especialistas acreditam que qualquer tipo de feedback deve ser feito pessoalmente. Caso isso não seja possível, é preciso formular com cuidado o texto, abordando o problema de maneira clara e concisa. 

 5. INTIMIDADE NAS REDES SOCIAIS
A utilização de redes sociais no ambiente corporativo deve ser permitida apenas quando a plataforma for necessária para a execução das atividades. “Sites como Twitter, Orkut e Facebook incentivam intimidades no local de trabalho que podem abrir espaço para o assédio moral”, afirma Wanderson Castilho, perito em crimes digitais. O contato entre funcionários na rede deve seguir os mesmos princípios do relacionamento no espaço empresarial. 

 6. INTERNET SEM REGRAS
Deixar que os funcionários decidam como e quando podem consultar a rede é desastre na certa. Para estruturar e avaliar a atuação da empresa e dos colaboradores no espaço eletrônico, o ideal é criar um Conselho de Ética, que será responsável por definir esse posicionamento. O grupo deve ser formado por representantes do setor executivo, de recursos humanos e da área jurídica. Esse comitê deverá fazer o monitoramento do ambiente digital e solucionar possíveis entraves. 

 7. FALTA DE COMUNICAÇÃO
Diante da intimidação, o funcionário pode não saber a quem recorrer. É fundamental que seja estabelecido um canal de comunicação direto com o Conselho de Ética, no qual os funcionários possam relatar seus problemas, sem medo de retaliações. Para que eles se sintam seguros, é preciso que o comitê mantenha as denúncias em sigilo e mostre aos empregados os benefícios desse canal. 

Fonte:  http://glo.bo/izAXsX



Empresa usa a tecnologia para evitar o assédio moral digital

 

Arthur Fole, da Hyspex, controla todos os e-mails trocados pelos funcionários

 

Por Patrícia Machado e Marisa Adán Gil 
 
Quando Arthur Fole, 31 anos, diretor executivo da Hyspex Tecnologia em Alumínio, de Guarulhos (SP), foi obrigado a desembolsar R$ 20 mil por um processo contra danos morais encabeçado por um ex-funcionário da empresa, decidiu blindar o negócio contra qualquer tipo de ação por assédio ou dano moral. No caso citado, o antigo empregado afirmara ter sido acusado de roubo.

Por ano, a Hyspex investe cerca de R$ 700 mil em softwares que controlam o uso do e-mail corporativo e gravam as conversas feitas pelos
funcionários em programas de chats instantâneos. Além disso, a diretriz é copiar o gestor da área em todos os e-mails enviados. “O programa controla as conversas e determina quem pode ou não ser o seu amigo na rede”, diz Fole. Para evitar problemas, os mais de 100 funcionários não podem acessar e-mails pessoais e redes sociais ou mesmo levar pen drives para dentro do ambiente corporativo. Para amenizar a imagem de controlador, Fole permite diariamente que por uma hora – das 12h às 13h – os funcionários acessem sites de bancos e portais de pesquisa na internet. “Fizemos um treinamento com todos os funcionários explicando a importância das novas regras e criamos uma cartilha que determina a postura da empresa no ambiente digital”, conta o empresário.

A nova cultura digital trouxe ganhos de produtividade para o escritório. “Os funcionários ficavam cerca de 60% do seu horário de trabalho em sites de jogos ou entretenimento. Hoje, a produtividade de cada um aumentou 40%”, afirma Fole. Isso contribuiu para o faturamento de R$ 60 milhões alcançado pela empresa em 2010. Neste ano a Hyspex espera crescer 20%. 
 
 




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