Atualmente é comum falar de bullying, termo da língua inglesa que se refere a todas as formas de atitudes agressivas, verbais ou físicas, intencionais e repetitivas, que ocorrem sem motivação evidente e são exercidas por um ou mais indivíduos, causando dor e angústia, com o objetivo de intimidar ou agredir outra pessoa sem ter a possibilidade ou capacidade de se defender, sendo realizadas dentro de uma relação desigual de forças ou poder.
A escola é um dos contextos em que o Bullying mais se faz presente, uma vez que se encontram no mesmo espaço muitas crianças, o que torna difícil a constante vigilância e imediata punição dos comportamentos por parte dos adultos.
Entretanto, de acordo com Nadjane de Oliveira, pedagóga e mestra em Desenvolvimento da Criança, grande parte das pessoas confunde ou tende a interpretar o bullying como a prática de atribuir apelidos pejorativos às pessoas e associá-lo exclusivamente ao espaço escolar.
Segundo a mesma, no entanto, o conceito é mais amplo. “O bullying é algo agressivo e negativo, executado repetidamente e ocorre quando há um desequilíbrio de poder entre as partes envolvidas. Desta forma, este comportamento pode ocorrer em vários ambientes, além da escola, como em universidades, no trabalho ou até mesmo entre vizinhos”, disse.
As vítimas que sofrem de bullying geralmente se calam, por vergonha, por acharem que são culpadas ou até achar que merecem os apelidos, ou por falta de oportunidade de diálogo. Cabem, então, a pais e professores a tarefa e identificar se há algo de errado na vida social da criança ou do adolescente. A psicóloga ressalta que só consegue notar diferenças quem acompanha o cotidiano da pessoa.
“O primeiro passo é observar se a pessoa está mais irritada, nervosa ou triste que o normal”, destacou.
Para a psicóloga, sofrer e praticar bullying estão intimamente ligados.
“Muitos praticantes de bullying também já foram vítimas de ataques e
encontram uma maneira de vingar seu passado”, relatou.
Além disso, conforme a especialista, outro perfil comum entre os
agressores é o de crianças ou adolescentes que crescem em um ambiente
agressivo. “Geralmente, quem sofre ataques dentro de casa e aprende que a
linguagem da violência é aceitável, começa a praticá-la em outros
ambientes”, afirmou.
Ou ainda pessoas que acreditam que para liderar e conquistar o respeito de uma turma precisa abusar da tirania e da humilhação.
Como agir
Não há receita eficaz de como educar filhos, pois cada família é um
mundo particular com características peculiares. Mas, apesar dessa
constatação, não se pode cruzar os braços e deixar que as coisas
aconteçam sem que os educadores, primeiros responsáveis pela educação e
orientação dos filhos e alunos, façam algo a respeito.
A educação pela e para a afetividade já é um bom começo. O exercício do
afeto entre os membros de uma família é prática primeira de toda
educação estruturada, que tem no diálogo o sustentáculo da relação
interpessoal. Além disso, a verdade e a confiabilidade são os demais
elementos necessários nessa relação entre pais e filhos.
Os pais precisam evitar atitudes de autoproteção em demasia ou de
descaso referente aos filhos. A atenção em dose certa é elementar no
processo evolutivo e formativo do ser humano.
Consequências
As consequências do bullying afetam a todos, mas a vítima é a mais prejudicada. Inclusive, podendo gerar danos por toda a vida. Dentre as consequências mais comuns estão o desenvolvimento e reforço de atitudes de insegurança e dificuldade relacional, apatia, retraimento e ausência de autodefesa aos ataques externos.
Em casos mais graves, pode desencadear um quadro de neuroses, como a
fobia social e psicoses. Ou ainda, dependendo da intensidade dos
maus-tratos sofridos, depressão, suicídio e/ou homicídio seguido de
suicídio.
Nadjane acrescenta que o agressor quando adulto, acostumado com o
comportamento violento, pode repetir os mesmos padrões e acabar sendo
acusado de assédio moral no ambiente do trabalho.
Confira a cobertura completa na edição de hoje (12) do Jornal Folha do Estado
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FONTE:http://www.jornalfolhadoestado.com/noticias/2814/bullying-uma-pratica-que-transcende-a-escola
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