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quinta-feira, 21 de abril de 2011

A Agressividade nas Crianças.

O que fazer se o meu filho bate nos amiguinhos? 

O que podemos observar, sem sombra de dúvida, na fase da pré-escola (de 2 a 4 anos aproximadamente) é que toda criança tem dificuldades para dominar suas emoções. Quando é contrariada, ainda não tem maturidade emocional para se controlar e acaba explodindo: as crianças mais sentidas choram, outras mais agressivas partem para a ação batem, agridem ou mordem. É normal esse descontrole.
Freud, em sua teoria da personalidade, já dizia que, ao nascer , o homem tem apenas a primeira estrutura, o Id, que representa os instintos. Nos primeiros anos de vida precisamos ser atendidos imediatamente em nossas necessidades; se o bebê tem fome ele se põe a chorar; se está com frio, molhado ou com sono, não demora a demonstrar seu desconforto. Ele não sabe esperar, definitivamente não consegue esperar.
Pouco a pouco vai se formando a segunda estrutura, o Ego. Uma de suas funções mais importantes é desenvolver no indivíduo a capacidade de suportar as frustrações, os desejos não atendidos ou adiados. Quanto maior for a tolerância à frustração, mais o indivíduo cresce, mais ele se fortalece.

Experiência social e agressão

Os estudos e pesquisas em Psicologia t êm se aprofundado nos fatores sociais e interpessoais que afetam a tendência da criança a se comportar agressivamente. As formas e graus da agressão dependem de muitos fatores, tais como:
  • Intensidade de seu sentimento de raiva.
  • O grau de frustração ambiental a que foi submetida.
  • Os reforços que recebe pelo seu comportamento agressivo.
  • A sua observação e imitação de modelos agressivos.
  • O nível de ansiedade e culpa associado à expressão da agressão.
Há evidências suficientes de que a agressão é uma reação predominante, senão inevitável, à frustração. Em escolas maternais, a freqüência de conflitos entre as crianças aumenta quando a área para atividades lúdicas é limitada e, conseqüentemente, as crianças experimentam mais interferências e frustrações.
As crianças diferem muito quanto as suas apreciações de quão frustrante é uma determinada "interferência"; por exemplo: uma criança extremamente dependente poderá ficar muito frustrada e agressiva por causa de uma breve ausência da mãe, o que pode representar para uma outra criança, mais independente, uma privação suportável. No entanto, a criança mais independente poderá se sentir muito mais frustrada e passar a agredir o amigo pelo fato desse amigo ter assumido a liderança de uma brincadeira no recreio.
Permissividade diante da agressão
As crianças pequenas enfrentam muitas situações que parecem ser frustrantes do ponto de vista de um adulto, que pode se enganar e tirar conclusões precipitadas. Exemplo: muitas vezes já deparamos com o fato de nossos filhos se machucarem, e qual não foi nossa surpresa ao ver os pequenos se levantarem e continuarem a brincadeira sem choros. Já experimentamos como pais a grande decepção diante do fato de vermos nossos próprios filhos na porta da escola se despedirem sem as manifestações de choro já imaginadas por nós.
Os efeitos da permissividade perante a agressão (permitir à criança a expressão aberta e livre da agressão) são comparáveis aos efeitos de uma recompensa direta. Assim sendo, é muito comum encontrar pais que, por receio de que seus filhos se tornem crianças muito passivas, estimulam e reforçam positivamente os atos agressivos: "Muito bem, meu filho, isso mesmo, bate nele e mostra que você é macho", ou "Sempre que alguém lhe bater, você tem que bater nele, certo, meu filho?" 

Como agir quando a agressão acontece? 

Durante o período pré-escolar os pais controlam muitas das experiências de frustração e gratificação da criança determinando se ela será premiada ou castigada por comportamentos agressivos e servindo como modelo para imitação; essa é uma situação muito delicada, pois sabemos que um pai que emprega punição física para inibir comportamentos agressivos dos filhos também está servindo como modelo agressivo, demonstrando à criança o poder e a utilidade potencial da agressão.
Mesmo sabendo que nosso filho pequeno ainda não consegue dominar suas emoções, não devemos deixar que ele nos bata, chute ou agrida os outros. De modo nenhum.
Eles podem ter suas emoções ainda não dominadas, mas são muito capazes de entender os limites que lhes são colocados. A ação segura e firme porém carinhosa dos pais ajuda a criança a estruturar seu ego de forma mais rápida. Entretanto, por ignorar esse fato, muitos pais, ao verem seus filhos chorar e espernear por não tolerar alguma contrariedade, entre orgulhosos e assustados dizem: "Esse nosso filho tem muita personalidade". A cada vez que situações como essas acontecem, a criança aprende que funciona gritar, espernear e chutar para conseguir o que quer, e acaba repetindo esse comportamento. É por isso que vemos hoje em dia filhos batendo, beliscando, empurrando e puxando os pais quando não são atendidos imediatamente ou se contrariados em alguma coisa. São crianças que permanecem imaturas , instintivas e imediatistas. Compreender que a criança está com raiva é uma coisa, permitir que ela nos agrida ou agrida os outros é algo muito diferente. 

Dicas e sugestões que podem ajudar
  • Se a criança insistir em nos machucar, deveremos segurar a sua maõzinha e dizermos bem sérios: "Isso não é bonito, você não pode me bater".
  • Às vezes, deixar de fazer algo que a criança goste muito também funciona; por exemplo, devemos dizer que estamos tristes porque nosso filhinho agiu mal e que por isso não vamos mais brincar hoje ou descer para o playground. Ele irá compreendendo que cada ação provoca uma reação, que poderá ser de aprovação ou de restrição.
  • Muitas vezes pudemos constatar que ignorar a agressão e recompensar os comportamentos cooperativos e pacíficos através de atenção e elogios poderá ser de grande eficácia.
  • Dizer para a criança que nós entendemos que ela está sentindo raiva e que nós sabemos o porquê poderá ajudá-la muito no sentido de que sentir raiva não é um sentimento negativo , feio ou ruim, mas que deve ser controlado e não escondido.
  • Finalmente, seria muito importante assegurar-se de que a criança não entenda a necessidade de frustrá-la, como falta de amor por ela. São duas coisas completamente diferentes.
Queridos pais, não se preocupem demais: vocês só estarão fazendo bem ao seu filho. Ele precisa de limites e um dia seguramente lhes agradecerá por isso.


Dra. Mônica Mlynarz realiza palestras e encontros em empresas e escolas ou para grupos de pais que queiram se reunir a fim de trocar idéias sobre educação. Localiza-se na Rua General Mena Barreto, 48 - Fones: (11) 3887-7076 e 3885-9916



A agressividade nas crianças pequenas

Uma das grandes dificuldade dos pais é lidar com a agressividade de seus filhos.
Quando o bebê nasce, ele traz impulsos amorosos e agressivos, e a medida que vai sendo cuidado pelos pais, passa a construir vínculos afetivos e a desenvolver seu relacionamento interpessoal.
Essa fase é muito importante, porque assim, ele passa a conhecer o mundo à sua volta e a alicerçar sua personalidade. Sendo assim, é necessário que sinta-se cuidado e protegido.
Com o passar do tempo, a criança tem nos pais um modelo e então relacionam-se com outras pessoas assim como seus pais o fazem. Se têm um relacionamento calmo, é assim que a criança se comportará na maioria das vezes, e se têm um relacionamento mais conturbado, ela provavelmente seguirá esse modelo de comportamento.
O comportamento agressivo na criança é normal e deve ser vivenciado por ela. O grande problema é que ela não sabe como controlá-lo. Normalmente, acontece quando sente-se frustrada ou quando necessita mostrar aos pais que algo não vai bem. Muitas vezes a criança provoca um adulto para que ele possa intervir por ela e controle seu impulso agressivo, já que ela é pequena e não tem condições de fazer por sí própria. Por isso precisa de um "para com isso" ou "eu não quero que você faça". É como se ela pedisse para levar uma bronca. Nessa hora é como se o adulto emprestasse seu controle para a criança.
Assim como os pais a ensinam andar, falar etc... também devem ensinar a criança a controlar sua agressividade e aprender a hora certa de colocá-la para fóra. O importante é que os pais tenham bom senso tomando cuidado para que ela não seja terrorista ou submissa, ou seja, nem permitir tudo para a criança e nem devolver a agressividade dela com outra agressividade.
Educar crianças é uma tarefa difícil e requer trabalho, mas o que vale é tentar acertar, ter equilibrio e consenso entre os pais para que na educação da criança não ocorra falha de dupla comunicação. Se um dos pais permite tudo e o outro não permite nada, isso só confundirá a criança.


 Fonte: http://www.alobebe.com.br

Um comentário:

  1. Exclente texto, Ellen! A agressividade de uma criança, segundo minha percepção, pode ser mais ou menos potencializada mediante as influências que ele recebe no seu dia a dia. E quando digo influências refiro-me a comportamento do pai, mãe, irmãos e mídia. Sim, a mídia é o maior responsável pela escolha de um modelo de comportamento de uma criança, que por desconhecer a diferença entre a realidade e a ficção, acaba agindo segundo aquilo que mais lhe impressiona.

    E infelizmente a mídia não está a favor da pacificação da humanidade... veja o conteúdo dos desenhos animados da TV aberta. Escrevi um texto sobre a Turma da Mônica num blog que participo, e me surpreendi (negativamente) com os comentários que recebi quando tentei demonstrar através de um exemplo como é que a mídia trabalha contra o desenvolvimento social saudável das crianças. Se tiver tempo, dê uma olhada lá: http://www.focoemgeracoes.com.br/index.php/2011/04/12/a-turma-da-monica-e-a-geracao-do-bullying/

    Em 2009 escrevi um post sobre um acontecimento bobo na escola de minha filha. Bobo para mim, mas não para uma criança de 3 anos. Veja o texto: http://nanoberger.blogspot.com/2009/08/crianca-o-bem-e-o-mal.html

    Obrigado pelo comentário deixado lá no blog, veio enriquecendo o conteúdo com sua vivência.

    Grande abraço!
    Adriano Berger

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