É este o enredo de "O menino que lia nuvens", livro em que Viveiros oferece ao jovem leitor temas pouco usuais no universo da literatura infantojuvenil. Esta é sua quarta obra para esse público.
Desde muito pequeno, Aldebaran chamava a atenção por seu jeito quieto e bem comportado. Quando adolescente, torna-se um excelente aluno que, devido à sua introspecção, passa a ser discriminado por colegas da vizinhança, da escola e do clube que sua família frequenta. Sofria bullying pelo seu jeito diferente de ser.
Nesse processo de se sentir cada vez mais solitário, desperta um dom especial. Ao observar atentamente as nuvens, Aldebaran começa a perceber que era capaz de lê-las como quem lê um livro. E que algumas coisas que ele lia no céu acabavam por acontecer.
Rapidamente, o dom da premonição torna o menino popular entre os colegas. Mas alguns mistérios permanecem no ar. Durante toda a história, apenas a babá, a avó e o pai de Aldebaran são mencionados. Nada se sabe sobre sua mãe. Não há, sequer, um único retrato dela pela casa, até que um dia, já adolescente, o garoto resolve entrar em um sótão no qual nunca havia estado...
Para ilustrar a obra, o renomado artista gráfico Cárcamo fez algo incomum na literatura infantojuvenil brasileira: aquarelas. Além disso, as belas ilustrações têm algo muito especial no livro: quem as olha consegue ver o que é invisível em cada cena, exatamente como Aldebaran consegue fazer ao vislumbrar as nuvens.
Do ponto de vista da linguagem, "O menino que lia nuvens" Viveiros faz pensar sobre o que é, de fato, a normalidade, pois ter algo diferente, estranho ou único é ponto básico da condição humana ¿ ou seja, da própria ideia do que é normal.
O autor
Ricardo Viveiros nasceu no Rio de Janeiro em 1950, mas mora em São Paulo desde 1976. Sua infância foi de um típico garoto carioca, brincando na rua,andando de bicicleta, jogando bola, subindo em árvores e namorando. O gosto pelos estudos só era superado pelo encantamento por histórias lidas em livros ou ouvidas dos mais velhos, o que sedimentou o caminho para a carreira de jornalista e escritor. Viveiros trabalhou em jornais, revistas, rádios e TVs, e atuou ainda como ator, professor, diretor de museu, palestrante e produtor artístico. Escreveu 32 livros em vários gêneros, como: Poesia, Reportagem, Biografias, História, Arte e Crônicas, além dos quatro infantojuvenis ("O poeta e o passarinho", ilustrado por Rubens Matuck, em 4ª edição e recomendado pelo Itaú Social; "Saudade", ilustrado por Zélio Alves Pinto; "Como encontrar uma linda princesa", ilustrado por Alexandre Rampazo, e, agora, "O menino que lia nuvens").
O ilustrador
Gonzalo Cárcamo nasceu na cidade de Los Angeles, no sul do Chile. Chegou ao Brasil em 1976. Já fez caricaturas e ilustrações para vários jornais, revistas e livros no Brasil, na Espanha e no Chile. Conquistou alguns prêmios como caricaturista e ilustrador. Tem verdadeira paixão por escrever, pintar aquarela e ilustrar livros para crianças. É também autor e ilustrador de algumas histórias publicadas como: Modelo vivo, natureza morta, Lorotas da Cabra Gabi, A Fantasia do Urubu Beleza, Gelo nos trópicos e Thapa Kunturi. Adaptações de: O amigo Fiel, de Oscar Wilde, De quanta terra precisa o Homem de Fábulas, do autor L. Tolstoi e A Pedra na praça.
Fonte: http://www.cruzeirodosul.inf.br/materia/571685/timidez-e-bullying-sao-temas-de-livro-infantojuvenil